Mundo

Submarino Titan: ruídos detetados podem indicar que foram "dadas pancadas no casco"

O comandante João Fonseca Ribeiro acredita que o cenário é "bastante dramático" e "muito dificilmente" terá um desfecho positivo. No entanto, diz que é essencial "apurar as circunstâncias do que é que poderá ter acontecido".

SIC Notícias

O comandante João Fonseca Ribeiro, do Observatório de Segurança e Defesa da Associação para o desenvolvimento Económico e Social (SEDES), esteve em direto na antena da SIC Notícias, durante a manhã desta quinta-feira, a analisar os desenvolvimentos das operações de busca pelo submarino Titan, desaparecido desde o passado domingo.

Ontem foram ouvidos sons subaquáticos na zona onde se realizam as buscas pelo submarino e esta manhã novos ruídos voltaram a ser detetados. Para o comandante, este é o "único indicador" que permite assumir que foram "dadas pancadas no casco" em forma de pedido de emergência por parte dos tripulantes.

João Fonseca Ribeira confessa que o cenário é "bastante dramático" e "muito dificilmente" poderá ter um desfecho positivo. No entanto, frisa que não se devem baixar os braços e, mesmo que o final trágico se confirme, é, no seu entender, importante localizar o submarino de forma a "apurar as circunstâncias do que é que poderá ter acontecido".

Submarino não estava verificado

Ao que tudo indica, o aparelho não estava verificado e não se encontrava nas perfeitas condições para realizar expedições desta ordem. Nesse sentido, o comandante garante que "é fundamental" para este tipo de projetos obter certificação "de uma entidade certificadora com capacidades neste domínio".

"Vejo a simplificação extraordinária de usar um comando de uma Playstation para comandar um submarino deste tipo, mas fica-me sempre a preocupação da quantidade de redundância, incluindo as mecânicas, que possam existir e que tenham que ser sistematicamente treinadas e que possam dar as respostas possíveis para que as emergências tenham um final mais feliz. Por vezes, as grandes tecnologias podem não conseguir resolver problemas que podem-se tornar fatais, como por exemplo uma falha elétrica a bordo",

França disponibiliza navio para as operações de busca

As buscas têm sido reforçadas à medida que o tempo vai passando. A França já decidiu juntar-se à operação e mobilizou um navio, o Atalante, que está munido de um veículo controlado remotamente que pode operar a profundidades de até quatro quilómetros.

O comandante explica que, numa primeira fase, este veículo fará mapeamentos "relativamente reduzidos" com tecnologia sonar. Em caso de identificação do submarino desaparecido, poderá utilizar braços mecânicos para auxiliar nas operações de salvamento.

Últimas