A empresa OceanGate Expeditions operava em águas internacionais e conseguiu, por isso, escapar a fiscalizações e à aprovação de qualquer regulador.
O vídeo gravado há vários meses pelo dono da OceanGate, Stockton Rush, que agora está desaparecido, mostrava como funcionava o submersível.
Um antigo passageiro do Titan, Mike Reiss, admite que andar neste submersível é como andar em "qualquer monovolume" sem bancos.
"É essa a quantidade de espaço e são cinco pessoas sentadas no chão. Têm espaço para esticar as pernas. O chão está forrado a alcatifa interior-exterior, as paredes são curvas, de aço, onde nos podemos encostar", admite.
A fiabilidade do aparelho já tinha sido questionada quando surgiram os primeiros problemas técnicos.
"Quando descemos, houve problemas de comunicação em todas as viagens que fiz", indica o ex-passageiro.
Os sinais foram sempre ignorados. Há cinco anos, a empresa despediu o diretor de operações que alertou, em relatório, para eventuais problemas de segurança. Além disso, também ignorou uma carta assinada por dezenas de peritos que sublinhava que a abordagem experimental poderia levar a problemas catastróficos.
David Pogue esteve também a bordo do submarino que, segundo o dono da empresa, foi desenhado pela NASA para aguentar a pressão do fundo do oceano.
Antes de embarcarem, os passageiros tiveram de assinar um termo de responsabilidade. O documento indicava que o aparelho não tinha sido aprovado ou certificado por qualquer regulador e que a viagem poderia resultar em lesões físicas, trauma emocional e morte.