O comandante João Fonseca Ribeiro analisa o que poderá ter acontecido ao submarino que ia explorar o navio Titanic a três mil metros de profundidade e explica de que forma é que o salvamento poderá ocorrer. Os cenários não são os mais animadores numa “corrida contra o tempo”.
Esta quarta-feira foram detetados sons subaquáticos por um avião canadiano do submarino que se perdeu a caminho de uma visita anual aos restos do Titanic no fundo do mar.
Para o comandante João Fonseca Ribeiro, do observatório de Segurança e Defesa da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, ainda existe uma janela de esperança para os passageiros.
"À partida os sons terão origem humana devido terem sido registados com cadência de tempo, o habitual é bater do casco do próprio submarino de 15 em 15 minutos e aparentemente terão havido intervalos de meia em meia hora e prolongou-se durante algumas horas", explica o comandante.
Este caso evidencia que ainda existe vida dentro do submarino e restringe o número de cenários possíveis da situação.
"Poderia estar perdido e à deriva, aparentemente parece estar retido no fundo e mantendo a integridade do casco, não tendo sofrido um esmagamento e podendo estar a tripulação com vida e uma atmosfera com oxigénio até à amanhã", evidencia.
Por outro lado, o comandante alerta que não deixa de ser uma "luta contra o tempo" a tentativa de detetar a plataforma e usar os meios para elevação e trazer à superfície.
"Obviamente haverá um tempo necessário para fazer os meiso emergir e chegar ao submarino se for detetado. A descida em situaçção de emergência demorará algumas horas, mas muito mais horas demora a detetação", conclui João Fonseca Ribeiro.
Esta situação ocorre desde domingo, após um grupo ter partido num submarino para visitar o Titanic a três mil metros de profundidade. Os cinco tripulantes são exploradores experientes, mas também milionários interessados no fenómeno histórico do início do século XX.
O que ainda não está claro é como e porque é que desapareceu, com comunicações perdidas após quase duas horas da partida, algo que ainda só pode ser conjeturado.
"Vou-me focar na hipótese do submarino emergiu e ficou retido no fundo. Pode ter havido uma avaria na propulsão, que são elétricos, poderá ter havido um problema de dificuldade de libertação de lastro que gere a estabilidade do submarino em profundidade", expõe o comandante.
Um submarino da empresa OceanGate Expeditions continua desaparecido desde domingo, apesar dos esforços das autoridades.