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Veículo português podia ajudar nas buscas pelo Titan, mas não vai ser utilizado: há uma razão

O ROV é um veículo operado remotamente, mas não será utilizado nas buscas ao submarino Titan, da empresa OceanGate Expeditions, e há uma explicação.

SIC Notícias

André Pacheco

Portugal recebeu um pedido de ajuda para o uso do robô português de investigação subaquática: o ROV.

O ROV Luso é um veículo de operação remota capaz de mergulhar até seis mil metros de profundidade e foi adquirido pelo estado no âmbito do projeto de extensão da plataforma continental de Portugal, para além das 200 milhas náuticas já reconhecidas. Contudo não será utilizado nas buscas ao submarino Titan, da empresa OceanGate Expeditions, porque não chegaria a tempo.

Há 16 anos que é uma ferramenta fundamental para cientistas e para mapear o fundo do mar na zona de extensão da plataforma continentel, mas esta semana, foi requisitado para o papel de busca e salvamento, pouco tempo depois do submarino Titan da OceanGate ter desaparecido a cerca de 1500 metros de profundidade.

Um submarino turístico que levava cinco pessoas para verem os destroços do Titanic desapareceu no Oceano Atlântico. Um porta-voz da guarda costeira dos Estados Unidos disse que “um pequeno submarino com cinco pessoas a bordo desapareceu nas proximidades dos destroços do Titanic”.

Numa entrevista à SIC Notícias, a equipa que opera o ROV explicou como poderia ajudar nas buscas do “Titan”.

Desde 2008 que o ROV Luso tem ajudado a equipa de Estrutura de missão para a extensão da plataforma continental (EMEPC) a recolher amostras do solo submarino ao largo da costa nacional.

O ROV Luso captou imagens a cerca de três mil metros de profundidade, sendo que “o Titan perdeu o contato com o navio mãe em maior profundidade do que aquele que as imagens apresentam”, perguntando onde se opera “o ROV que tem autonomia de seis mil metros de profundidade?”.

“Exatamente, o piloto faz o comando do ROV, num joystick no touch screen, ligando e desligando partes fulcrais do ROV e que controla a parte da propulsão. É acompanhado de um copiloto que o ajuda na parte de navegação, na parte da amostragem, mesmo na parte de toda a interpretação da informação”, explicou a Andreia Afonso, membro da equipa que opera o ROV.

As buscas pelos ocupantes do Titan é, agora uma corrida contra o tempo, que apesar de aparelhos como este ROV não foi possível chegar em tempo útil à área de busca e salvamento, que poderá ser muito vasta.

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