O submarino Titan, da empresa OceanGate Expeditions, está desaparecido desde segunda-feira e está a decorrer, neste momento, uma operação de busca e resgate levada a cabo por autoridades norte-americanas na costa do Canadá.
O comandante Zambujo Madeira, do destacamento de Mergulhadores da Marinha, esteve esta terça-feira na SIC Notícias a explicar como podem as autoridades localizar a embarcação e se poderão ou não os cinco ocupantes estar vivos.
De acordo com o especialista, o submarino Titan é muito pequeno, mais ou menos do tamanho de um carro SUV, com uma autonomia de 96 horas de ar respirável. Neste momento, as autoridades ainda não sabem se o veículo se encontra no fundo do mar ou se pode ter derivado. Ou seja, há a possibilidade de ter subido à superfície.
No primeiro cenário, se se encontrar perto do Titanic, a 3.800 metros de profundidade, a deteção será complicado. As camadas de água tornam “muito difícil” a deteção submarina, que é feita através de som.
No segundo caso, há mais ferramentas para localizar a embarcação, mas pode estar num raio grande, uma vez que pode ter derivado numa “trajetória aleatória”, esclareceu Zambujo Madeira. Mesmo assim, caso este cenário se verifique, o facto de o submersível estar à superfície não significa que os ocupantes conseguiam sair.
“Aquele veículo para ser resistente é aparafusado do exterior depois de os tripulantes lá estarem”, revelou o comandante.
Ocupantes podem estar vivos?
O Titan tem autonomia de 96 horas de ar respirável, ou seja, oxigénio, revelou o comandante. Só não se sabe se existe ou não um reciclador de oxigénio, que tem como função reciclar o dióxido de carbono. No entanto, a existir, a capacidade desse reciclador também se esgotará.
Apesar de ainda estarem no período das 96 horas, os ocupantes podem começar a sofrer com a acumulação de dióxido de carbono. Segundo Zambujo Madeira, podem começar a ter dificuldades manter a calma e podem sentir tonturas, náuseas, hiperventilação, entre outros sintomas.
“Estão dentro de um veículo com aquela dimensão cinco pessoas. Mesmo que tenham tido algum treino ou formação, não deixam de ser turistas e a capacidade de manter o discernimento vai sendo cada vez mais afetada”, apontou.