Prossegue a operação de buscas pelo submarino desaparecido, esta segunda-feira, no oceano Atlântico, durante uma viagem turística aos destroços do Titanic. Segundo informação avançada pela Guarda Costeira norte-americana, a bordo do submarino estavam cinco pessoas.
O alerta foi dado pela Guarda Costeira de Boston. As autoridades dos Estados Unidos, em conjunto com as do Canadá, iniciaram uma operação de buscas a cerca de 1.450 quilómetros a leste do Cabo Cod - no local onde terá desaparecido o submergível. O almirante John Mauger, da Guarda Costeira norte-americana, avança que as buscas estão a ser realizadas em várias frentes: tanto por mar, como pelo ar.
“É uma zona remota e é desafiante conduzir buscas nesta área remota”, explica Mauger, citado pela Reuters. “Estamos a implantar todos os recursos disponíveis para garantir que localizamos o submergível e resgatamos as pessoas a bordo.”
No terreno de operações está o navio Polar Prince, assim como várias aeronaves C-130, que realizam as buscas aéreas. Foram também lançadas ao oceano boias com sonares, capazes de alcançar até perto de 4.000 metros de profundidade. As autoridades preveem a alocação de mais meios de resgate e salvamento em breve.
O pequeno submarino tem capacidade para transportar cinco pessoas e aguenta perto de 96 horas debaixo de água. Não se sabe se o submergível se mantém no fundo do oceano ou se, entretanto, conseguiu emergir. O submarino perdeu o contacto com o barco de apoio, não sendo possível comunicar com a tripulação.
Quem está a bordo do submarino?
A identidade dos cinco tripulantes do submarino já foi avançada, mas a Guarda Costeira dos Estados Unidos não confirmou a informação. Os turistas a bordo serão o empresário paquistanês Shahzada Dawood, o seu filho, Suleman, e o bilionário britânico Hamish Harding.
“Estamos muito gratos pela preocupação que tem sido demonstrada pelos nossos colegas e amigos e queremos pedir a todos que rezem para que eles estejam em salvo”, avança a família de Dawood, num comunicado citado pela Reuters.
Dawood é vice-presidente de um dos maiores grupos empresariais do Paquistão, que opera nas áreas dos fertilizantes, da produção de veículos, da energia e da tecnologia digital.
A presença do bilionário britânico Hamish Harding a bordo do submarino desaparecido foi confirmada pelo enteado, Brian Szasz. O jovem partilhou no Facebook que o padrasto “desapareceu no submarino”, no entanto, acabou por apagar a publicação.
O próprio Harding tinha publicado nas redes sociais que iria participar na expedição aos destroços do Titanic, não tendo partilhando mais nada desde então.
A bordo do submarino ia ainda Stockton Rush, chefe executivo e fundador da OceanGate Expeditions – empresa que organizou a visita –, e Paul-Henry Nargeolet, piloto francês.
A Guarda Costeira não confirma a identidade dos passageiros, “por respeito pelas famílias” que ainda estão a ser notificadas.
“Nesta altura, não estou em posição de confirmar a identidade das pessoas a bordo da embarcação por respeito pelas famílias que estão a passar pelo processo de notificação e serão feitas mais atualizações”, afirma John Mauger.
Como funcionam as excursões ao Titanic?
A empresa OceanGate Expeditions realiza visitas aos destroços do Titanic, que afundou a 14 de abril de 1912 depois de embater num iceberg. Os destroços do famoso navio estão localizados a 3.800 metros de profundidade e podem ser visitados numa expedição de oito dias, que custa 250.000 dólares (cerca de 228.500 euros) por pessoa.
O navio parte do porto de São João da Terra Nova, no Canadá, e percorre cerca de 640 quilómetros até ao local onde se encontra os destroços do Titanic.
A OceanGate Expeditions confirmou que o submarino desaparecido pertencia à empresa e afirma estar a fazer todos os possíveis para resgatar os turistas e a tripulação.
"A nossa atenção está voltada para os membros da tripulação do submarino e para as suas famílias", afirmou a OceanGate Expeditions no comunicado, segundo a agência espanhola EFE.
Larry Daley, um especialista no naufrágio do Titanic, já participou nesta expedição e reconhece que o “mergulho com submersível em profundidade é muito perigoso, mas é de alta tecnologia”.
"Estou esperançoso e otimista. Estive no submarino durante 12 horas, temos o nosso próprio sistema de respiração a bordo", conta Larry Daley.