O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, mostra-se confiante em relação aos resultados que o partido pode obter nas eleições legislativas, no próximo dia 18 de maio. Em entrevista à SIC Notícias, o liberal deixa farpas à governação da Aliança Democrática e garante que um acordo com PS ou Chega "é absolutamente impossível".
Rui Rocha começa por explicar que a Iniciativa Liberal “não discute a influência em função dos cargos”, negando que o objetivo do partido é ter sob sua tutela um ministério, à semelhança do que sucedeu com o CDS-PP na última legislatura, após estabelecer um acordo pré-eleitoral com o PSD.
“O que nos interessa não são os cargos, são as políticas”, defende.
O líder dos liberais prossegue dizendo que o que distingue a IL da Aliança Democrática (PSD E CDS) é “a eficiência do Estado”, uma aérea em que o Governo presidido por Montenegro “fez muito pouco”, acusa.
O líder partidário não revela qual é o número de deputados que pretende eleger e atira: “Todos, todos os que pudermos.”
Rui Rocha sublinha que, contrariamente às últimas legislativas, não irá estabelecer uma meta porque acredita que a IL poderá subir substancialmente no sufrágio que se aproxima.
O presidente do partido refere ainda que a saída dos deputados Bernardo Blanco e Patrícia Gil Vaz “corresponde a uma cultura da própria Iniciativa Liberal: ser político não é profissão”.
"AD agravou a crise da habitação”
Aponta que a política da IL “é a mesma de há um ano, mas reforçada” por aspetos como “a convicção, capacidade de a comunicar, as decisões que tomámos ao longo deste ano” e aproveita para deixar farpas à governação de Luís Montenegro: “A AD agravou a crise da habitação”.
“Do ponto de vista de governação houve pouca diferença daquilo que seria um governo do PS. Do ponto de vista da responsabilidade, nós estamos numa crise política também porque o primeiro-ministro levou o país nesse sentido”, acrescenta.
Pelos motivos acima referidos, Rui Rocha crê que, agora, “o voto útil vai ser superado pelo voto da confiança na Inciativa Liberal”.
Recusa avançar se, após as eleições que se aproximam, a IL irá estabelecer um acordo com o PSD e deixa apenas a garantia de que o partido será “responsável e exigente”.
“Vamos querer mesmo mudar o país e vamos ser muito exigentes nessa matéria”, reforça.
Como “objetivo fundamental”, a IL tem “a eficiência do Estado”, mas clarifica que o partido não pretende criar um ministério semelhante ao que é liderado por Elon Musk nos EUA, após a chegada de Trump ao poder.
Pensões, empresas públicas e IRS
Rui Rocha avança ainda que, se os liberais governassem, o número de empresas públicas iria ser reduzido e a taxa única de IRS a 15% “seria uma medida para implementar a prazo”.
Sobre as pensões, defende que os contribuintes deveriam descontar ao longo da carreira e, para isso, considera que uma reforma da Segurança Social seria fundamental.
Quanto a acordo pós-eleitorais deixa uma garantia:
“É absolutamente impossível que a IL esteja em algum tipo de entendimento que incorpore partidos como o PS ou o Chega [...] O PS e o Chega são partidos profundamente estatistas, dirigistas, despesistas. Com as propostas do PS, claramente, a despesa pública subiria.”
Remata assegurando que está “totalmente convencido” de que o trabalho que a Iniciativa Liberal tem vindo a apresentar “será reconhecido” no próximo dia 18 de maio.