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A "desgraça" de Rui Tavares e o "nunca é nunca" de Ventura: a campanha já começou

Os líderes dos dois partidos que mais cresceram nas últimas eleições legislativas mostram que o ambiente de campanha eleitoral já está instalado.

Ana Geraldes

O Parlamento reúne esta quarta-feira pela última vez antes da dissolução e já em ambiente de campanha eleitoral. Nas últimas horas houve duas declarações que se destacaram.

Na hora da dissolução, desfazem-se as bancadas que fizeram esta legislatura de menos de um ano. As maiorias e equilíbrios de que se fala agora já são as que poderão resultar das eleições de 18 de maio.

"O PS sozinho no Governo é uma desgraça"

Os líderes partidários desdobram-se em entrevistas e o que, à esquerda, mais ganhou nas anteriores eleições legislativas procura agora converter-se no parceiro útil numa vitória socialista.

"Vou dizê-lo de uma forma que é um bocadinho dura para os nossos parceiros de bancada ouvirem: acho que o PS sozinho no Governo é uma desgraça porque tiveram uma maioria absoluta e desperdiçaram-na", afirmou Rui Tavares, líder do Livre, em entrevista à Antena 1.

Rui Tavares está, como esteve na campanha de 2024, a apelar à disponibilidade para acordos pós-eleitorais. Entre 2022 e 2024, o Livre quadruplicou a representação parlamentar.

"Se tiver menos de 50 deputados é uma derrota"

À direita, quem engordou de 12 para 50 deputados vê-se agora a defender a bancada. André Ventura garante que assume uma derrota se não tiver pelo menos igual e até se compromete a devolver aos militantes do partido a escolha do novo líder.

Na entrevista à RTP, o presidente do Chega acrescenta, aliás, que o partido até vai ter uma convenção eletiva este ano, pelo que os militantes, independentemente do resultado das eleições, vão escolher o líder do partido.

Sobre potenciais acordos pós-eleitorais, para que o Chega considere um apoio ao PSD o partido terá de "fazer a sua própria limpeza interna", defende Ventura, que deixa uma garantia: com Montenegro o "nunca é nunca. (...) Com suspeitos de corrupção não faremos acordos".

Na última vez que os 230 deputados desta legislatura se sentam no hemiciclo, esta quarta-feira, é para um plenário com o primeiro-ministro. Luís Montenegro volta à Assembleia da República para um obrigatório debate de preparação do Conselho Europeu.

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