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Israel: "Ela teve de abraçar o terrorista que acabara de lhe assassinar o marido"

O ataque do Hamas deixou muitos sem o dia seguinte, outros vivem-no como reféns. Em Ramla, a sul de Telavive, há contentores frigoríficos cheios de corpos, à espera que as famílias cheguem para os reclamar.

Pedro Miguel Costa

Muitos israelitas que ainda não sabem da localização dos seus familiares, nem se estarão mortos ou feitos reféns. Vivem um vazio maior à medida que os dias passam e as respostas não chegam.

Na cidade de Ramla, a sul de Telavive, há contentores frigoríficos cheios de gente sem vida. Corpos à espera que as famílias cheguem para os reclamar.

São ainda muitos os que ainda não foram identificados, pois mães, pais, filhos, nada sabem acerca do seu paradeiro.

Esta é a história de Alon, que perdeu parte da família para sempre e, que de outra parte não faz ideia.

“Alon, Yarden e Geffen conseguiram fugir ao carro que os levava para Gaza, fugiram para o bosque enquanto eram alvejados por quatro terroristas que correram atrás deles, enquanto a minha irmã, com a filha pequena nos braços a entregava ao marido para os salvar, para que ele pudesse correr mais depressa com ela”, contou o irmão de uma refém, Alon Roman.

“Ele fê-lo e encontrou abrigo durante 12 horas, escondido no bosque, na escuridão. Já a minha irmã, não sabemos nada dela desde então”, acrescentou.

Esta é uma história semelhante a que conta Anat, neta de David e de Adina, de 75 e 72 anos, respetivamente.

Ele foi morto pelo Hamas e ela levada como refém, logo de seguida.

“Ela teve de abraçar o terrorista que acabara de lhe assassinar o marido”, conta a neta de ambos, Ana Moshe Shoshany.

Nada mais lhes resta agora senão esperar, numa altura em que o Hamas anuncia que alguns dos reféns israelitas levados para Gaza morreram vítimas dos bombardeamentos de Israel.

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