Eleições nos EUA

McDonald's na Casa Branca, o discurso do vice e a invasão ao Capitólio no 3.º dia da Convenção Democrata

O terceiro dia da Convenção Democrata contou com os discursos de Bill Clinton, Nancy Pelosi e Tim Walz, que apelaram ao voto em Kamala Harris e deixaram críticas a Donald Trump.

Mike Segar

Ana Rute Carvalho

O antigo Presidente Bill Clinton, a ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e o candidato a vice-presidente, Tim Walz, subiram esta quarta-feira ao palco da Convenção Democrata, em Chicago, no terceiro e penúltimo dia do evento.

A convenção termina esta quinta-feira, com a intervenção de Kamala Harris. A candidata democrata a Presidente dos Estados Unidos da América será a última a discursar e deverá aceitar, formalmente, a nomeação do partido.

Na quarta-feira, Tim Walz aceitou formalmente a nomeação como candidato democrata a vice-presidente dos Estados Unidos da América.

O governador do Minnesota garantiu que Kamala Harris "tem experiência e está pronta" para assumir o cargo de Presidente do país.

"Se vocês fazem parte de uma família da classe média ou a tentar chegar lá, Kamala Harris vai cortar os vossos impostos. Se estão a ser espremidos pelos preços dos medicamentos, Kamala Harris vai enfrentar as grandes farmacêuticas. Se têm esperança de comprar uma casa, Kamala Harris vai ajudar a tornar isso mais acessível. E vai defender a vossa liberdade de viverem a vida que querem ter."

No discurso, defendeu que estas eleições "são sobre liberdade" e criticou os candidatos republicanos a Presidente e vice, Donald Trump e JD Vance.

"O seu Projeto 2025 vai dificultar muito as coisas para quem está apenas a tentar viver a sua vida. Eles têm passado muito tempo a fingir que não sabem nada sobre o assunto. Mas treinei futebol americano no liceu durante muito tempo, e garanto-vos uma coisa, quando alguém se dá ao trabalho de elaborar um plano de jogo, é porque vai usá-lo."

Na última noite, os discursos de Bill Clinton e Nancy Pelosi ficaram marcados pelos elogios ao trabalho do Presidente Joe Biden e as muitas críticas ao adversário republicano, Donald Trump.

As piadas e críticas de Clinton

Clinton criticou a vaidade de Trump, "as suas vinganças, as suas queixas, as suas conspirações", e disse que a escolha nas eleições de novembro "era bastante clara" para os norte-americanos.

"Kamala Harris, que pensa nas pessoas, ou o outro fulano que provou, ainda mais do que da primeira vez, que só pensa 'eu, eu, eu'. Da próxima vez que o ouvirem, não contem as mentiras, contem os 'eus'."

O ex-presidente garantiu também que, "quando Kamala Harris for presidente, todos os dias começarão com 'vocês, vocês, vocês'".

"Perante uma oposição dura e, por vezes, violenta, temos de encontrar uma forma de seguir em frente juntos e tornar a união mais perfeita", disse Clinton, avisando que, do outro lado, há um adversário que tem como estratégia dividir, culpar e criar caos.

"Quero que vocês estejam felizes. Mas nunca devem subestimar os adversários. Estas pessoas são muito boas a distrair-nos, a criarem dúvidas e arrependimentos."

No discurso, o ex-político, de 78 anos, fez uma piada com a idade de Trump: "Agora vamos diretos ao assunto. Já estou demasiado velho. Há dois dias, fiz 78 anos, sou o homem mais velho da minha família. E a única vaidade pessoal que quero afirmar é que ainda sou mais jovem do que Donald Trump".

O 42.º Presidente teve ainda tempo para brincar com a candidata democrata, dizendo que Kamala vai bater o seu recorde de McDonald's, na Casa Branca. Durante o seu mandato, entre 1993 e 2001, muitas foram as fotografias que surgiram do Presidente a visitar o restaurante de fast food.

Pelosi recorda invasão ao Capitólio

"O dia 6 de janeiro foi um momento perigoso para a democracia", recordou a ex-presidente da Câmara dos Representantes, afirmando que a invasão ao Capitólio deve ficar na memória dos norte-americanos para lembrar que tipo de líderes querem para o futuro.

"Nunca antes um Presidente dos Estados Unidos tinha atacado tão descaradamente os alicerces da nossa democracia, abraçado tão alegremente a violência política, traído tão deliberadamente o seu juramento do cargo. Não esqueçamos quem atacou a democracia em 6 de janeiro. Foi ele."

Depois de acusar diretamente Donald Trump, Nancy Pelosi lembrou quem salvou a democracia naquele dia: "Fomos nós".

Assim como Clinton, Pelosi defendeu que a "escolha não podia ser mais clara": "Temos de escolher líderes que acreditem em eleições livres e justas, que respeitem a transferência pacífica do poder (...) Esses líderes são a vice-presidente Harris e o governador Walz".

As eleições nos Estados Unidos da América estão agendadas para 5 de novembro. Mais de 240 milhões de norte-americanos são chamados às urnas para escolher o próximo Presidente do país.

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