Eleições nos EUA

DIA D-76: Barack e Michelle recusam o "país amargo e zangado" de Trump

Opinião de Germano Almeida. A jogar em casa, na Chicago onde ambos emergiram profissional e politicamente, os Obama brilharam na Convenção Democrata como só eles sabem fazer. Vai Kamala Harris conseguir manter o embalo da Convenção nas duas semanas que faltam até ao debate frente a Trump?
Michelle e Barack Obama durante a Convenção Democrata, em Chicago
Tom Williams

Germano Almeida

1 - Os Obama a fazerem, com eloquência, o caso da América de que gostamos

A jogar em casa, na Chicago onde ambos emergiram profissional e politicamente, os Obama brilharam como só eles sabem fazer. Michelle foi, como sempre, eloquente: “Não podemos ceder às nossas ansiedades sobre se este país irá eleger alguém como Kamala, em vez de fazer tudo o que pudermos para eleger alguém como Kamala”.

Na mesma linha, Barack Obama, Presidente dos EUA entre 2009 e 2017, aludiu: “A grande maioria de nós não quer viver num país amargo e dividido. Não precisamos de mais quatro anos de arrogância, confusão e caos. Já vimos esse filme antes e todos sabemos que a sequência costuma ser pior.”

Há 20 anos, Barack Obama, também a fazer um discurso de elogio de um candidato presidencial democrata, no caso John Kerry, deu-se a conhecer no grande palco nacional, quando era um jovem senador estadual do Illinois. Irrompeu, na altura, com um dos mais inspiradores discursos de união feitos na política americana.

Desta vez, o foco foi em destruir as características Donald Trump. “Esta convenção sempre foi muito boa para crianças com nomes engraçados que acreditam num país onde tudo é possível”, disse Obama. O “Yes We Can” de 2008 foi, até, relembrado ontem pela plateia de Chicago.

2 - O sonho da "Trifecta"

O entusiasmo na Convenção de Chicago está a levar os democratas a refazer em alta os planos políticos para novembro. O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, ofereceu uma indicação inicial do que o Partido Democrata buscaria no Congresso se a vice-presidente Kamala Harris pudesse ajudar a inaugurar outra “trifecta” (controlo simultâneo da Presidência e das duas câmaras do Congresso) em Washington.

A alegre convenção dos Democratas em Chicago tem sido praticamente desprovida de detalhes políticos para uma agenda para 2025. Mas Schumer descreveu várias prioridades específicas se os democratas conseguirem manter o Senado e a Casa Branca e reconquistar a Câmara – desbloqueando o poder de aprovar legislação sem votos do Partido Republicano.

Essas prioridades passam pelo acesso à habitação, aposta na proteção climática e aumento dos impostos sobre as maiores fortunas. “A habitação é uma necessidade desesperada em toda a América”, disse Schumer. “Não é apenas nas áreas urbanas como a cidade de Nova York, mas nas áreas rurais.

Uma interrogação: Vai Kamala Harris conseguir manter o embalo da Convenção nas duas semanas que mediarão entre o fim do conclave democrata e o debate da ABC frente a Trump?

Um Estado: Washington

O Washington (state) tem 7,8 milhões de habitantes:

  • 71,8% brancos
  • 9,0% asiáticos
  • 7,1% latinos
  • 5,1% negros
  • 18.º maior em área
  • 25.º maior em população

Resultado em 2020: Biden 58,0%-Trump 38,8%

Resultado em 2016: Hillary 52,6%-Trump 36,8%

Resultado em 2012: Obama 55,8%-Romney 41,0%

Resultado em 2008: Obama 57,4%-McCain 40,3%

Resultado em 2004: Kerry 52,8%-Bush 45,7%

Vale 12 votos no Colégio Eleitoral

Uma sondagem:

VOTO POPULAR NACIONAL -- Kamala 48 / Trump 44 (Morning Consult, 16 a 18 agosto)

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