Economia

Lagarde está "a fazer o seu trabalho com uma insensibilidade social de todo o tamanho”

José Gomes Ferreira analisa a subida das taxas de juro e a insistência de Lagarde em que os apoios dos governos devem ser retirados às famílias.

José Gomes Ferreira

SIC Notícias

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu voltar a subir as taxas de juro de referência, sendo a 10.ª subida consecutiva. Com esta subida, as taxas de referência atingem o valor mais elevado de sempre da zona euro.

Enquanto o Governo prepara medidas para as novas subidas, o BCE insiste que os apoios às famílias devem ser retirados. Ideia que Lagarde voltou a frisar no final da reunião do Conselho de Governadores.

A atitude de Christine Lagarde para José Gomes Ferreira mostra que “está a fazer o seu trabalho com uma insensibilidade social de todo o tamanho”.

“Percebo a lógica, que é de banqueiro central, mas quando um banqueiro central de uma zona que abrange muitos países como a zona euro, sabe ou devia saber que há realidades económicas e sociais muito diferentes”, diz o jornalista.

O jornalista explica que “o objetivo do endurecimento do preço da política monetário e o aumento do preço do dinheiro é dificultar o acesso ao crédito”, sublinhando que “não existe outra arma para combater a inflação”.

A insensibilidade social tem o seu preço

O BCE já conseguiu arrefecer a economia, de acordo com José Gomes Ferreira, tendo em conta que segue a política do aumento das taxas de juro e o encarecimento do preço do dinheiro, mas esta atitude [insensibilidade social] tem “o seu preço político, mas apenas em cargos de eleição”, algo que não acontece com a presidência do BCE.

“[Portanto] a Senhora Lagarde devia moderar-se porque está a falar para um espaço com muitos milhões de pessoas que das quais uma parte não é assim tão despicienda, precisa da ajuda dos Estados, como é o caso de Portugal”, realça.

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