O Banco Central Europeu (BCE), liderado por Christine Lagarde, decidiu esta quinta-feira voltar a subir as taxas de juro de referência. O aumento representa 25 pontos base - o mesmo aumento que se registou na reunião anterior.
Esta é a décima subida consecutiva e, de alguma forma, já esperada tendo em conta a previsão dos analistas. Com esta subida, as taxas de referência atingem o valor mais elevado de sempre da zona euro.
A taxa de facilidade de depósito subiu para 4%, avança o BCE, em comunicado divulgado após a reunião de política monetária do Conselho de Governadores. A taxa de juro das principais operações de refinanciamento subiu para 4,05%, enquanto a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez passou a ser de 4,75%.
"O aumento das taxas de juro hoje [quinta-feira] decidido reflete a avaliação do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", justifica o BCE.
Novos aumentos a caminhos?
Lagarde deixa em aberto a possibilidade de novos aumentos e diz que as próximas decisões dependerão, como até agora, das projeções económicas.
"É demasiado cedo para dizer se as taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) atingiram o seu pico", disse a presidente da instituição, Christine Lagarde, na conferência de imprensa após anunciar o décimo aumento consecutivo de subida dos juros, com o objetivo de combater a inflação.
Christine Lagarde realçou que, "com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras atingiram os níveis que - se forem mantidos durante um período suficientemente longo -- darão um contributo substancial para o retorno atempado da inflação ao objetivo".
Questionada sobre se o BCE fechava, assim, a porta a uma nova subida dos juros, Christine Lagarde salientou que a próxima decisão da instituição irá depender "dos dados económicos", sobretudo da avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.
"Não podemos dizer que atingimos o pico", afirmou, acrescentando que "as futuras decisões do Conselho do BCE assegurarão que as taxas de juro diretoras sejam fixadas em níveis suficientemente restritivos, durante o tempo que for necessário", reafirmou.
Segundo Lagarde, a próxima decisão da instituição irá depender "dos dados económicos", sobretudo da avaliação das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.
Taxa de inflação inalterada em agosto e crescimento reduzido na zona euro
De acordo com os últimos dados do Eurostat, a taxa de inflação na zona euro manteve-se inalterada no mês de agosto, face a julho, registando um valor de 5,3%. No entanto, a inflação subjacente (que não tem em conta energia ou alimentos por serem preços mais voláteis) moderou-se para 6,2% (6,6% em julho).
A Comissão Europeia reduziu esta segunda-feira a previsão de crescimento económico da zona euro para este ano em três décimas, para 0,8%. Esta descida é justificada sobretudo pelo abrandamento da atividade na Alemanha, que está prevista contrair 0,4% em 2023, e prevê alguns meses de abrandamento.
[Notícia atualizada às 16:30]