Em Portugal, 67 % da população tem excesso de peso ou obesidade. Há 20 anos que esta doença está identificada como um problema crónico. Esta segunda-feira, assinala-se o Dia Mundial da Obesidade
Desde os 20 e poucos anos que Sílvia Silva luta diariamente consigo própria e com a vontade de comer.
"Os diabetes começaram há 24 anos e eu já era obesa. Tinha 86 quilos", conta à SIC Sílvia Silva.
Na consulta de endocrinologia, tentou um primeiro tratamento que não resultou muito bem, mas um segundo, que a ajuda a resistir a doces, já lhe permitiu perder 16 quilos em poucos meses.
"O grande segredo é a persistência. É a pessoa que sofre não desistir", afirma Rosa Príncipe, diretora de Endocrinologia do Hospital Pedro Hispano.
Muitas vezes a consulta é adiada porque continua a haver um grande "sentimento de culpa".
A cirurgia não aparece só como solução nos casos mais graves, também é uma resposta nos utentes que já tentaram outros tratamentos.
"A opção mais simples consiste em remover uma parte do estômago, que é um reservatório de comida, e transformá-lo num tubo estreito e comprido com uma menor capacidade e que vai estimular a saciedade e vai diminuir a fome dos doentes sem que o seu organismo contrarie isso", explica o cirurgião Gil Faria.
Esta é a cirurgia número 100 de ambulatório no Hospital Pedro Hispano. Os utentes entram e saem no mesmo dia, cerca de sete horas depois de começar.
Em Portugal, 67 % da população tem excesso de peso ou obesidade.
"Tem fatores genéticos, hormonais, psicológicos, sociais e ambientais. É uma doença de profunda complexidade", refere Rosa Príncipe.
Em Portugal, a obesidade foi identificada como doença há 20 anos. É na prevenção que tem de estar a grande aposta que passa pelo exercício físico, mas sobretudo pela nutrição.
A nutrição acompanha todos os pilares de combate à obesidade, desde as consultas ao pós-operatório.
Os profissionais defendem que a literacia em saúde e em estilos de vida saudáveis deve começar logo no ensino básico.