O presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) diz que em Portugal há pessoas que angariam doentes para irem a Istambul, na Turquia, realizar a cirurgia para obesidade grave, tratando de toda a logística, nomeadamente das viagens, da estadia e da cirurgia. Em declarações à Agência Lusa José Silva Nunes diz que propõem custos muito mais reduzidos do que os praticados no setor privado em Portugal. Quem tem limitações económicas acaba por aceder a esta solução, correndo até risco de vida.
"Acredito que essas pessoas têm ali uma consulta com o cirurgião, com o nutricionista, com o médico, mas depois voltam para Portugal e depois seja o que Deus quiser" diz Silva Nunes.
O endocrinologista dá o exemplo de Istambul porque é um país que, nos últimos anos, tem investido muito em turismo de saúde, não só de cirurgia da obesidade, mas transplantes capilares, implantes dentários, e cirurgias corretivas do nariz. "No fundo, é quase como um supermercado da saúde para várias soluções cirúrgicas".
Em Portugal os tempos médios de espera para a cirurgia da obesidade estão a diminuir. Em 2021 os doentes esperavam mais de 10 meses. Em 2023 a espera era de 5,5 meses. No âmbito do Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade no ano passado foram operadas quase 1700 pessoas. 1400 estavam em lista de espera porque os centros de referencia do serviço nacional de saúde não conseguem dar resposta a todas.