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"Maior culpada é a mãe", as declarações do pai de Jéssica

Cinco pessoas estão a ser julgadas pelo envolvimento na morte de Jéssica, de 3 anos, vítima de maus-tratos e agressões. A mãe da criança é uma das arguidas no processo.

SIC Notícias

O julgamento do homicídio de Jéssica, a criança de 3 anos que morreu em Setúbal, vítima de maus-tratos e agressões, continua esta terça-feira. À entrada do tribunal, o pai da menina falou com os jornalistas.

Alexandrino Biscaia culpa a mãe da menina e afirma que Inês Sanches é a maior responsável pelo que aconteceu.

Sem revelar o culpado, o pai de Jéssica conta ainda que assistiu uma vez a filha a ser vítima de maus-tratos.

Aos jornalistas, explica que vive nos Países Baixos e não sabia o que estava a acontecer. Ainda assim, afirma que espera que a justiça seja feita no tribunal.

Quem são os cinco arguidos no processo?

Ao todo, cinco pessoas estão a ser julgadas pelo envolvimento na morte de Jéssica, de 3 anos.

A mãe da criança, Inês Sanches, responde por homicídio qualificado e ofensas à integridade física por omissão. O Ministério Público acredita que a mulher teve a possibilidade de salvar a filha e não o fez.

Três outros arguidos são a ama com quem a criança ficou durante cinco dias, Ana Cristina Pinto, conhecida como Tita, o companheiro Justo Montes e a filha do casal, Esmeralda. Os três estão presos preventivamente, acusados de homicídio, rapto, ofensas à integridade física, coação e violação.

Além de ter sido espancada, as autoridades acreditam que Jéssica foi usada como correio de droga, com o consentimento da mãe. Droga que seria traficada por Eduardo Montes, de 29 anos, o quinto arguido e o único que não ficou detido. O segundo filho do casal deverá ser ouvido ainda esta segunda-feira.

O que aconteceu a Jéssica?

Segundo o despacho de acusação do MP, a menina terá sido agredida várias vezes por Ana Pinto, Justo Ribeiro Montes e Esmeralda Pinto Montes, que a retiveram em sua casa para garantir o pagamento de uma dívida da mãe, que nunca denunciou a situação às autoridades.

A menina só terá sido entregue de volta à mãe cinco dias depois, por volta das 10:00 do dia 20 de junho, com sinais evidentes de maus-tratos e quando já não reagia a qualquer estímulo.

O MP refere ainda que só cinco horas mais tarde, por volta das 15:00, é que a mãe terá contado ao seu companheiro o que se passava, tendo este alertado o INEM. A menina ainda foi assistida no local e transportada ao Hospital de São Bernardo, mas não resistiu aos ferimentos.

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