Enquanto sportinguista, Vasco Duarte gostava de ver os grandes nomes da formação com uma maior ligação ao clube, a começar por Cristiano Ronaldo.
"Durante algum tempo nunca senti da parte do Ronaldo uma vontade de elevar mais o nome do Sporting. Com certeza que gosta do clube, mas também devido à história da sua vida, que não foi fácil, talvez sentisse que precisava de estar mais centrado em si.”
No entanto, o músico sente uma mudança nos últimos anos: “Com o passar do tempo, parece estar a aproximar-se.”
Em relação a Luís Figo, o sentimento é muito diferente. Vasco Duarte recorda um Inter-Sporting da Liga dos Campeões, em 2007, quando o jogador português, ao serviço da equipa italiana, comemorou efusivamente o golo da sua equipa contra os leões:
“Com todo o respeito, nem quero falar do Figo. Não percebi aquela comemoração como se não houvesse amanhã. Figo para mim, a partir daí, deixou de ser referência do Sporting”
“Um tipo do circo queria fechar o meu irmão na jaula dos tigres”
Músico, humorista ou ator. Vasco Duarte navega por diferentes áreas criativas, embora a música tenha sido sempre a marca mais presente na sua carreira. Tornou-se conhecido do grande público através de criações como Vai Tudo Abaixo ou Homens da Luta, as quais partilhou com o seu irmão Nuno Duarte, mais conhecido por Jel.
“A minha entrada nesse mundo foi por causa do meu irmão. Em momentos diferentes, foi ele quem me pediu para fazer umas músicas e assim começou.”
Hoje, por opção, está mais afastado desses holofotes e prefere trabalhar na sombra, mas recorda muitas das aventuras na estrada durante os tempos em que trabalhou nesses projetos.
“Lembro-me de fazermos uma manifestação contra a presença de animais no circo. Acho que foi no Circo Chen e aquilo era ali no Parque das Nações. Invadimos aquela zona, com as câmaras e tudo. Mas a malta do circo é forte. Saíram de lá, eu consegui fugir e operador de câmara também. Mas o meu irmão não teve tanta sorte.”
Jel foi agarrado por um dos elementos do circo e ameaçado de forma muito gráfica: "Era um rapaz de Leste. Quando o apanhou, disse-lhe: 'Agora vais para a jaula dos tigres'. Eu, entretanto, consegui chamar a polícia, que estava ali perto, e aquilo lá acabou. Mas tinha dado uma manchete forte. Homem da Luta comido tigres”, brinca.
“Sporting dá-se mal com a bazófia, funciona melhor quando parte como underdog”
Afirma-se muito supersticioso em relação aos jogos do Sporting e está a viver com alguma apreensão o início de João Pereira como treinador dos leões.
“Sou daqueles muito pessimistas. Ainda agora, com estes maus resultados, disse ao meu irmão que já havia muita euforia”
É daqueles adeptos que diz preferir saborear as vitórias com alguma moderação. “Historicamente, o Sporting é um cube que se dá mal com a bazófia. Sempre se deu bem como underdog e agora, se pudesse dar uma tática aos adeptos, era mesmo para diminuir essa bazófia.”