Israel assegurou, esta quinta-feira, que a Marinha está preparada para intercetar a Flotilha Global Sumud, composta por cerca de 50 navios que pretendem romper o bloqueio imposto a Gaza.
"A Marinha está bem preparada para defender as fronteiras do Estado de Israel, tal como já fazemos em terra e no ar. Estamos prontos", afirmou o porta-voz militar, brigadeiro-general Effie Defrin, numa conferência de imprensa.
Segundo Defrin, a flotilha é financiada por representantes do movimento islamita palestiniano Hamas na Europa.
"Temos provas disso. Todos os que apoiam esta iniciativa estão, na verdade, a apoiar os assassinos de 07 de outubro", disse o porta-voz, numa referência ao ataque lançado pelo Hamas contra Israel em 2023.
O porta-voz israelita reiterou ainda o apelo do Ministério dos Negócios Estrangeiros para que qualquer ajuda humanitária seja enviada por canais aceites, através de portos israelitas ou de países vizinhos.
Flotilha tem sido alvo de "explosões intimadatórias"
A flotilha denunciou na quarta-feira ter sido alvo de "explosões intimadatórias", ao largo da Grécia, que atribuiu a Israel.
A ONU e a União Europeia condenaram na quarta-feira os "ataques" noturnos ao largo da Grécia contra a flotilha. Itália e Espanha anunciaram o envio de navios para prestar assistência às embarcações, caso necessário.
A flotilha pretende alcançar a Faixa de Gaza para "quebrar o bloqueio israelita" e levar ajuda humanitária ao enclave palestiniano, após duas tentativas em junho e julho, frustradas por Israel.
A Flotilha Global Sumud é composta por cerca de 50 navios com ativistas, políticos, jornalistas e médicos de mais de 40 nacionalidades, incluindo três portugueses: a deputada Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.
O Bloco de Esquerda pediu, esta quinta-feira, uma audiência urgente com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, para debater a proteção diplomática da flotilha.
A guerra em Gaza, que dura há quase dois anos e que já causou a morte a mais de 65.000 palestinianos, foi desencadeada pelo ataque do movimento islamita palestiniano Hamas contra Israel, a 07 de outubro de 2023.
Em agosto, a ONU declarou o estado de fome no território palestiniano, sujeito a um rigoroso bloqueio por parte de Israel desde o início do conflito.
Com Lusa