Afonso tinha 21 anos quando morreu atropelado, em setembro de 2024, por um taxista. Atravessava a passadeira na Avenida dos Estados Unidos da América.
O condutor fugiu do local sem prestar auxílio. Soube-se depois que já tinha cadastro pelo mesmo crime e que estava em liberdade condicional, depois de ter sido condenado por abuso sexual de uma criança.
Um mês depois, outro atropelamento mortal. João, também de 21 anos, atravessava a passadeira, por volta da uma da manhã, quando foi colhido por um carro, em Viseu. A condutora também fugiu.
O pai de Afonso e a mãe de João reuniram-se com o PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal e Livre para pedir o agravamento da pena por omissão de auxílio. Atualmente, a lei prevê uma pena máxima de dois anos de prisão.
A mãe de Afonso, que pouco ou nada sai de casa desde a morte do filho, enviou uma carta aos deputados.
“É aqui que vos deixo a pergunta: se fosse o vosso filho, aceitariam esta lei? Ver alguém escapar quase sem consequências?”, questionou.
Está também a decorrer uma petição para agravar a moldura penal do crime de omissão de auxílio em casos de atropelamento mortal. Já tem mais de 10 mil assinaturas.
Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, nos últimos dois anos morreram pelo menos 121 pessoas por atropelamento.