Mas não venho julgar porque percebo que no meio de filhos e trabalho, nem sempre apetece chegar a casa e preparar uma bowl cheia de legumes e leguminosas.
Por isso, se um comprimido garantir o aporte todos os nutrientes que precisa e que, como alguns alegam, lhe der mais anos de vida, vale cada cêntimo.
Mas primeiro, obter nutrientes de alimentos inteiros é quase sempre melhor do que obtê-los de cápsulas, e depois, sabemos hoje que para maioria das pessoas, esse suplemento não vai fazer diferença absolutamente nenhuma, e pode até ter riscos.
Um estudo recente olhou para mais de 390 mil pessoas ao longo de 20 anos e tentou perceber se , numa população saudável e sem doenças, tomar um multivitamínico regularmente tinha algum impacto na mortalidade.
E, surpresa: não só não teve impacto, como até se associou a um ligeiro aumento da mortalidade. Por ser um estudo que se limita a observar, têm várias limitações, e portanto é perigoso retirar conclusões concretas, mas podemos dizer com alguma confiança que, em pessoas saudáveis, é pouco provável que a toma de um multivitamínico tenha um efeito benéfico ou o proteja de cancros ou outras doenças.
Pelo contrário, podem ser benéficos em populações específicas como nos idosos, nas grávidas, nas pessoas submetidas a cirurgia bariátrica, ou, por exemplo numa doença celíaca, em que há um défice e absorção.
Lembre-se também que os suplementos não passam por todos os testes de eficácia e segurança que passam os medicamentos, havendo mais risco de contaminação, ou de simplesmente não terem as doses de micronutrientes que alegam ter.
Se quer melhorar os seus estilos de vida saiba que a maioria das coisas que tem impacto não se encontram em comprimidos, e implicam sempre algum esforço e adaptação, mas raramente obrigam a gastar mais dinheiro ou fazer algo que não lhe sabe bem.