Conflito Israel-Palestina

No norte de Israel pede-se uma solução permanente e não um cessar-fogo com o Hezbollah

Grande parte dos Israelitas que vivem no norte do país não querem qualquer cessar-fogo com o Hezbollah. Dizem estar fartos de viver com medo dos rockets disparados do Líbano.

Pedro Miguel Costa

A 10 km apenas da fronteira com o Líbano, os habitantes da cidade de Nahariya, em Israel, parecem não ter dúvidas. Dizem que estão fartos de viver com medo e, por isso, só resta o conflito. De lado, fica a opção de um cessar-fogo. 

“Isto é uma treta, porque se lhes dermos 21 dias, eles voltam a organizar-se, vão conseguir novos mísseis. Não acredito neles”, diz um local. 

Uma parte dos que aqui viviam já fugiu para outros lados. Fartaram-se da ameaça constante que se vive no norte de Israel, paredes meias com os militantes do Hezbollah. 

“Há cidades que foram completamente destruídas. As pessoas deixaram as suas comunidades. Não voltam mais, passado tanto tempo. Lembram-se do passado. As pessoas voltam. Já se mudaram com os filhos e inscreveram-nos noutras escolas”, explica um habitante local.
“Não, não acho bem. Penso que temos de acabar com este problema com o Hezbollah e também com Gaza. Temos de acabar com isto. Não com as pessoas de lá, mas com o Governo, com os homens que… Temos de pôr fim a isto. Temos de os matar, de os travar, seja o que for, mas acabar com a guerra, não", diz um local.

Alguns parecem estar fartos de tudo: de não terem paz, da guerra que Netanyahu insiste em manter, de não terem outras opções a não ser o próprio conflito. 

“A minha opinião é que não confio muito no Governo em relação a isto, porque já houve tantos inocentes que perderam a vida, tantas pessoas que perderam o emprego, a casa, a vida”, explica um local.
“As pessoas estão muito, muito tristes com a situação. Não queremos um cessar-fogo, queremos sim pôr fim a esta situação para sempre. Não por um ou dois anos. Só isso", acrescenta outro local.  

Junto à fronteira com o Líbano, os israelitas querem a paz mas admitem que primeiro tem de haver guerra. 

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