Quadros de Miró

Comissão parlamentar aprova audição do secretário de Estado da Cultura sobre obras Miró 

A Comissão Parlamentar de Educação, Ciência  e Cultura aprovou hoje, por unanimidade, as audições do secretário de Estado  da Cultura e do conselho de administração da Parvalorem pedidas pelo PS  sobre o caso das obras de Joan Miró. 

Joan Miró em 1978 / AP
AP

Na reunião de hoje da comissão parlamentar, foi votado um requerimento  apresentado pelo grupo parlamentar do PS para audição urgente do secretário  de Estado da Cultura sobre o processo de classificação das obras.  

O requerimento - aprovado por unanimidade - pedia também a audição do  conselho de administração da Parvalorem sobre o processo de autorização  da saída dos quadros do país. 

Na reunião da comissão, o PCP prescindiu da discussão e votação do seu  requerimento porque também pedia a audição do secretário de Estado, que  já tinha sido aprovada. 

Contactada pela agência Lusa, Inês de Medeiros, deputada do PS, congratulou-se  com esta aprovação, comentando que "assim será possível separar o cinema  da questão das obras de Miró", já que o secretário de Estado da Cultura  vai ser ouvido na quarta-feira, na comissão, a pedido do PCP, sobre o setor  cinematográfico. 

Nessa reunião extraordinária da comissão em que o secretário de Estado  da Cultura vai ser ouvido, às 10:00, o PCP vai apresentar para discussão,  às 09:30, um projeto de resolução que determina o resgate das 85 obras de  Joan Miró para o território nacional. 

Os requerimentos do PS e do PCP surgem numa altura em que o Tribunal  Administrativo de Círculo de Lisboa está a avaliar uma providência cautelar  interposta pelo Ministério Público (MP) na semana passada para suspensão  das deliberações e atos referentes à alienação das obras de Miró. 

O MP tinha anteriormente interposto outra providência cautelar pedindo  a suspensão da venda do acervo de obras que eram do BPN e passaram para  o Estado português após a nacionalização, mas foi indeferido. 

As 85 obras de arte do pintor espanhol Joan Miró encontram-se na posse  do Estado português desde a nacionalização do Banco Português de Negócios  (BPN), anterior proprietário da coleção. 

Depois de ter sido rejeitada no parlamento uma proposta de resolução  do PS para a suspensão da venda das obras, um grupo de deputados socialistas  pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que requeresse uma providência  cautelar junto do Tribunal Administrativo de Lisboa. 

O pedido do PS à PGR contra a venda das obras de Joan Miró, avaliadas  em 35 milhões de euros, era fundamentado com a falta de classificação das  obras. 

O caso da venda da coleção chegou à Assembleia da República na sequência  do lançamento de uma petição pública em defesa da "Manutenção em Portugal  das obras de Miró", que reuniu mais de 10.000 assin  AG/ER//GC. 

 

    Lusa

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