Quadros de Miró

Joe Berardo interessado nas obras de Miró do ex-BPN que vão a leilão em Londres

O comendador Joe Berardo disse hoje à agência  Lusa que está interessado nas obras de Miró, do extinto BPN, que vão a leilão,  na próxima semana, na Christie's em Londres, e lamentou que nunca tivessem  sido expostos em Portugal. 

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© Suzanne Plunkett / Reuters

"Vou estar atento ao leilão, estou interessado, porque se trata de uma  grande coleção", disse o presidente da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea  Coleção Berardo, que excluiu a possibilidade de comprar a totalidade da  coleção. 

"Isso ninguém, nem quem tenha muito dinheiro, vai fazer. Estes quadros  nunca mais vão voltar a estar juntos e foi uma pena termos tido este 'jackpot'  que, por ordem do Ministério das Finanças, ficou num cofre, e nunca os expuseram",  afirmou o comendador. "Foi uma pena não terem aproveitado a oportunidade  e terem-nos exposto ao público aqui em Portugal", reforçou. 

O comendador Berardo disse à Lusa que a sua ideia é, caso consiga rematar  algumas obras, que estas venham a fazer parte da sua coleção de arte moderna  e contemporânea, atualmente exposta no Museu Coleção Berardo, instalado  no módulo de exposições do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. 

A coleção de 85 obras do pintor espanhol Joan Miró, que está nas mãos  do Estado português desde a nacionalização do ex-Banco Português de Negócios  (BPN), tem leilão marcado para terça e quarta-feira, pela Christie's, em  Londres. 

Fonte parlamentar do Partido Socialista disse à Lusa que apresentou  uma providência cautelar, para impedir que o Governo venda em leilão as  85 obras de Miró, foi hoje entregue no Tribunal Administrativo de Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, a deputada Gabriela Canavilhas confirmou  o envio da providência cautelar, anunciada na quarta-feira, no parlamento,  para o Tribunal, para "evitar a venda lesiva para o Estado" da coleção proveniente  da nacionalização do BPN. "Esgotámos toda a nossa capacidade de alertar para o cumprimento da  lei. Restou-nos recorrer ao tribunal", apontou Gabriela Canavilhas sobre  esta nova iniciativa para tentar suspender o processo, depois de o PS ter  apresentado no parlamento um projeto de resolução contra a venda, chumbado  pela maioria, tal como outro, no mesmo sentido, apresentado pelo PCP.  "Estamos certos de que há irregularidades no processo", disse, convicta,  a deputada socialista e ex-ministra da Cultura, sobre as expectativas do  resultado da providência cautelar. 

O PS alerta para o facto de a coleção do ex-BPN, ter passado a "constituir  propriedade definitiva do Estado a partir de 2012", tendo o pintor uma importância  "absolutamente inquestionável, não havendo em Portugal nenhum acervo deste  pintor - ou de qualquer outro deste período com esta magnitude e grandeza  -- que se lhe compare em valor". 

     

Lusa

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