O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) garante que a morte de dois bebés não foi causada pelo fecho das urgências obstétricas. Álvaro Almeida foi ouvido, esta manhã, no Parlamento, onde afirmou até que o número de urgências encerradas baixou 35% este ano.
O Chega quis esclarecimentos sobre o caso da grávida que, em julho, não foi atendida nas urgências a sul do Tejo e perdeu o bebé no Hospital de Cascais. O diretor do SNS assegura que as urgências de Almada não estavam encerradas, mas que a situação clínica da mulher exigia a deslocação para Lisboa.
“É altamente improvável que fossem os 10 minutos de transporte adicional acompanhado por médico a causa deste desfecho”, atirou.
Quanto ao segundo caso que o levou ao Parlamento, o da grávida que, em junho, passou por cinco hospitais e cujo bebé viria a morrer, Álvaro Almeida diz que a morte não poderia ter sido evitada.
“Não foi um parto de emergência. A senhor foi atendida em todos os hospitais a que foi como deveria ser. Aqui não há, certamente, nenhuma relação entre encerramento de urgências e o desfecho fatídico”, declarou.
"Não há omeletes sem ovos"
Responsável pela coordenação do encerramento de urgências, o diretor executivo assume que, sem médicos, continuará a ser preciso definir prioridades e outros modelos, como as urgências regionais.
“Não há omeletes sem ovos”, afirmou. “Se temos metade dos obstetras que seriam necessários para assegurar as 39 urgências, ou temos mais obstetras, ou temos menos urgências.”
Álvaro Almeida foi confrontado com o crescente número de bebés que nascem em ambulâncias e questionou os dados do Chega.
“Quando se manda para o ar números, convém saber de onde vem essa informação. De onde vem essa informação?”, perguntou aos deputados do Chega.
Uma tensão que se manteve até ao final da audição, com o diretor executivo do SNS a acusar o PS de não ter aprovado os planos de orçamento que agora critica o governo PSD por ainda não ter aprovado.