O Governo venezuelano decretou sete dias de luto no país pela morte do Presidente Hugo Chávez, na terça-feira, vítima de cancro, noticiou a agência France Press (AFP).
As cerimónias fúnebres decorrem sexta-feira e já foram convidados diversos líderes estrangeiros.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Elias Jaua, o corpo do Presidente Hugo Chávez será transferido para a Academia Militar de Caracas, antes do funeral nacional, previsto para a próxima sexta-feira. "As exéquias e a homenagem póstuma em câmara ardente na entrada da Academia Militar vão decorrer na quarta, quinta e sexta-feira", indicou Jaua, sem precisar onde será enterrado o corpo.
"É um momento de profunda dor"
Hugo Chávez foi Presidente da Venezuela durante 14 anos. O líder, que tinha 58 anos, sofreu quatro operações em Cuba de um cancro que foi detetado, pela primeira vez, na zona pélvica, em meados de 2011. A última cirurgia ocorreu a 11 de dezembro e Chávez não mais foi visto em público.
"É um momento de profunda dor", afirma Maduro.
A morte de Chávez vai devastar milhões de apoiantes que adoravam o seu estilo carismático, anti-EUA e as políticas que trouxeram alimentos subsidiados e clínicas gratuitas.O líder foi visto, muitas vezes, como um ditador egocêntrico.
A morte de Hugo Chávez abre caminho para novas eleições que vão ser encaradas como um teste para a "revolução" socialista.
Uma luta de quase dois anos |
O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu após uma luta de quase dois anos contra um cancro, um período durante o qual se sujeitou a quatro intervenções cirúrgicas. Diagnosticado em junho de 2011, Chávez foi sujeito a quatro operações, todas em Havana, a última a 11 de dezembro de 2012, dois meses depois de ter sido reeleito para o seu terceiro mandato como Presidente da Venezuela. Chávez nem sequer chegou a tomar posse como Presidente, ficando o lugar assegurado pelo seu "número dois", Nicolás Maduro, numa decisão autorizada pela Justiça venezuelana até que os problemas clínicos ficassem resolvidos. O cancro foi diagnosticado depois de uma intervenção de urgência em Havana, a 10 de junho de 2011, a um abcesso inguinal. A partir do mês seguinte, Chávez viajou regularmente para Cuba, onde foi sujeito a tratamentos de quimioterapia e a posteriores operações. A 07 de outubro conseguiu uma vitória eleitoral, sendo reeleito para o terceiro mandato e a 27 de novembro pediu à Assembleia Nacional para se ausentar do país para novos tratamentos, tendo sido sujeito a uma última operação a 11 de dezembro passado. Entretanto, a oposição contestou a ausência do Presidente e reclamou a sua presença no país ou a repetição das eleições. Contudo, o Supremo Tribunal considerou que não é necessário que Chávez faça o juramento no dia 10 de janeiro, sustentando que o Governo em exercício pode prolongar as suas funções. No dia 18 de fevereiro, Chávez regressou à Venezuela e ficou internado no Hospital Militar de Caracas, mas no dia 04 de março o Governo confirmou uma nova infeção respiratória, que o estava a debilitar Hoje, o vice-Presidente começou por reconhecer a situação crítica de Chávez e sugeriu que a doença possa ter sido "causada" pelos "seus inimigos históricos. A morte veio a ser confirmada às 20:55, em Lisboa. |