Saúde e Bem-estar

Sensores que medem níveis de açúcar no sangue em diabéticos estão esgotados em várias farmácias

Sem eles, os doentes são obrigados a picar o dedo várias vezes ao dia. O Infarmed não explica a razão desta rutura no abastecimento, diz que está a acompanhar a situação.

Cristina Freitas

Rui Flórido

Francisco Carvalho

Usados por diabéticos, os sensores são colocados no braço e medem os níveis de açúcar no sangue, para que os picos sejam controlados. Sem eles, a alternativa é usar outros dispositivos, que implicam uma picada no dedo várias vezes ao dia.

“Hoje o sensor vai acabar. Eu tenho aqui três horas de sensor, depois desse tempo eu vou ter de começar a picar o dedo onde quer que eu esteja. Não é simpático, é sangue que aparece”, explica Graça Mariano, doente com diabetes tipo 1. 
“A utilização destes dispositivos tem muito mais que a parte do conforto. O tipo de informação, o tipo de previsão que dá às pessoas sobre o seu nível de açúcar no sangue, as decisões que se tomam são muito mais facilitadas, permitem melhor controlo da diabetes”, explica João Raposo da associação protetora dos diabéticos de Portugal 

Nesta farmácia, em Matosinhos, há 80 pessoas em lista de espera para conseguir comprar um sensor de medição de glicose. Há mais de uma semana que não recebe nenhum e o que chega, é definido pelo laboratório. 

“Temos tido alguma dificuldade em aceder às encomendas. Só temos autorização para fazer uma encomenda por mês por parte do laboratório. A quantidade que nos chega é definida por eles e por norma não chega nem à metade da procura que temos por parte dos nossos utentes”, diz Sílvia Carvalho, diretora técnica da farmácia Peninsular. 

Este problema de stock nas farmácias arrasta-se há várias semanas. A juntar a este problema, está o facto da lei em vigor há um ano impor limites à aquisição dos sensores a cada utente. 

Estes dispositivos comparticipados em 85% são adquiridos a apenas um fabricante. À SIC, o Infarmed não explica o que está na origem deste problema de abastecimento. Mas assegura que está a monitorizar a situação. Acrescenta que tem havido um aumento da procura por estes sensores para indicações fora da comparticipação, ou seja, por pessoas que não sofrem de diabetes. 

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