Este Contas-Poupança é especialmente dedicado a todos os que acham que a solução mais segura para o seu dinheiro é guardá-lo debaixo do colchão ou em depósitos a prazo. O Pedro Anderson dá-nos a conhecer os juros compostos e como podem fazer uma diferença gigantesca na sua carteira.
Imagine que planta uma árvore. No primeiro ano, ela é pequena e dá 10 frutos. No segundo ano, ela cresce mais e dá mais frutos. Desses frutos, usa as sementes para semear novas árvores, que, por sua vez, também crescem e dão novos frutos, até ter um grande pomar que não para de crescer.
Pode parecer estranho, mas também pode fazer multiplicar o seu dinheiro usando a mesma fórmula. Este conceito chama-se juros compostos (ou capitalização dos juros): o dinheiro que ganhamos nos juros pode ser gasto ou podemos semeá-lo para gerar ainda mais dinheiro ao longo do tempo.É a melhor forma de pôr o seu dinheiro a trabalhar para si.
Por falta de literacia financeira, uma grande parte dos portugueses faz depósitos a prazo e, ao fim do ano, recebe os juros na conta à ordem. O que acontece é que acabam por gastar esses juros, em vez de os reinvestirem no mesmo depósito ou em outro tipo de investimentos mais rentáveis.
Portugueses desperdiçam milhões de euros todos os anos
É uma questão de escolha. Os portugueses desperdiçam milhões de euros todos os anos simplesmente por ter milhares de euros nas contas à ordem a render zero ou pouco mais do que isso. E nem os depósitos a prazo escapam.
Imagine que tem 10 mil euros numa poupança. Passado um ano, recebe na sua conta à ordem 250 euros de juros e volta tudo ao princípio. O segredo dos juros compostos é pegar nesses juros e fazer um novo depósito, mas juntando os 250 euros que recebeu entretanto.
Ou seja, o depósito inicial no ano seguinte deveria ser de 10.250 euros ou mais, se tiver essa possibilidade. Caso contrário, o seu dinheiro nunca crescerá a sério. Mas há um problema: para ver grandes resultados, vai ter de ter muita paciência.
Vamos a um exemplo. Se tiver 10.000 euros e conseguir uma poupança que renda 4% ao ano, qual é a diferença, ao fim de 25 anos, entre reinvestir os juros ou não fazer nada?
Os valores que pode atingir com esta estratégia podem ser surpreendentes. Vamos usar uma das muitas calculadoras de juros compostos que pode encontrar na internet.
Se começar com 1.000 euros e reforçar mensalmente 50 euros num fundo PPR (que não tem capital garantido) que renda, em média, 6% durante 40 anos (dos 25 anos aos 65), deverá esperar ter no final 110 mil euros. Mas só investiu do seu bolso 25 mil euros.
Se escolher, por exemplo, um ETF S&P 500, que tem rendido, em média, 10% ao longo das últimas décadas, o resultado seria de quase 370 mil euros. Exatamente com o mesmo esforço de 50 euros por mês. Este é o fabuloso efeito dos juros compostos.