Estão à ordem 80,5 mil milhões de euros dos 189,3 mil milhões acumulados nos bancos em Outubro, de acordo com o Banco de Portugal. É o dinheiro da poupança dos portugueses que podia estar a render, mas está em contas à ordem.
“Algumas pessoas por relaxe, por incúria ou por desconhecimento deixam saldos demasiados generosos à ordem o que depois se transforma em não rendimento. As pessoas nem sabem quanto rendimento estão a perder", diz João Duque, economista.
Estes números mostram um aumento da taxa de poupança que até ao último dia deste ano deverá atingir os 11,5%. Mesmo assim abaixo do valor na zona Euro onde, no primeiro semestre de 2024 ,a taxa de poupança chegou aos 15,7% enquanto em Portugal se ficou pelos 9,7%.
“Na primeira aula de finanças aprende-se uma coisa muito simples: é que o dinheiro parado um ano significa comprar menos daqui a um ano, ou seja, um depósito à ordem sem remuneração compra menos daqui a um ano do que compra hoje e, portanto, o que as pessoas devem fazer é ter em conta o que é que é necessário ter estritamente à ordem para fazer os pagamentos do dia a dia e canalizar para poupanças de ou a prazo ou de rendimento variado como obrigações, ações, etc… que possam ser complementares ao rendimento que providenciem remunerações mais interessantes para aumentar o seu rendimento disponível”, explica João Duque.
O Banco de Portugal informa que o rendimento disponível real regista, em 2024, um aumento historicamente elevado de 7,1%. E isto traduz-se precisamente num aumento da poupança e também do consumo privado.
Porém, alerta o banco central, haverá um abrandamento destes dois elementos: a poupança e o consumo privado, em 2025/27 devido ao menor crescimento dos salários e do emprego. É esperado, por isso, que a taxa de poupança estabilize ligeiramente acima dos 11% até 2027.