Os alunos do 9.º ano realizaram esta sexta-feira a prova nacional de Matemática, que, pela primeira vez, foi feita em formato digital. A realização do exame foi dividida em dois turnos, o que levantou algumas questões entre professores sobre a equidade do processo e o risco de eventuais fugas de informação.
Numa escola em Lisboa, poucos minutos antes do arranque da prova, um dos primeiros problemas a resolver foi a ligação à internet, que inicialmente não estava prevista na equação. A ansiedade era grande, já que esta foi a primeira vez que os alunos realizaram o exame no computador.
Em Matosinhos, apesar de os telemóveis permanecerem sempre por perto, a introdução da tecnologia deixou até os alunos mais confiantes em Matemática apreensivos. A estes receios juntaram-se também as dificuldades técnicas e a escassez de recursos em algumas escolas.
Na mesma cidade, devido à falta de computadores, as provas tiveram de ser realizadas em dois turnos: o primeiro às 9h30 e o segundo ao meio-dia. Esta divisão suscitou críticas por parte da Missão Escola Pública, que alertou para o risco de fugas de informação e colocou em causa o rigor do processo.
Foi deixado um apelo ao Ministério da Educação para reforçar o sigilo nas provas. A prova de Matemática representa 30% da nota final e os resultados da primeira fase serão divulgados a 15 de julho.
Detetadas falhas na plataforma digital
A avaliação desta sexta-feira foi dificultada por várias falhas na plataforma digital utilizada, segundo relatos das escolas.
"Houve bastantes problemas", resumiu o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), em declarações à agência Lusa, relatando que as falhas estiveram, sobretudo, relacionadas com a plataforma utilizada para realizar as provas.
De acordo com Manuel Pereira, durante os dois turnos em que se realizaram hoje as provas de Matemática - o primeiro às 09:30 e o segundo às 12:00 - o programa bloqueou várias vezes, houve casos em que foi necessário reiniciar, noutros a página da prova fechava ou o menu das perguntas desaparecia.
"A minha escola tem um bom sistema informático, muito boa rede e mesmo assim foi muito trabalho para todos", refere o diretor do Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães, sublinhando que todo o pessoal docente foi mobilizado para apoiar durante a realização das provas finais do 3.º ciclo.
Com LUSA