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Pedro Nuno diz que “apagão” foi no Governo e defende antigos executivos socialistas

O líder do PS afirmou que a manutenção das centrais a carvão, encerradas pelo antigo governo socialista, "não teria evitado o apagão", tal como não o faria a nacionalização da REN, defendida pela esquerda. Pedro Nuno Santos aproveitou ainda para acusar Montenegro de "falhar na resposta" aos problemas, mas não "na propaganda".

Rita Carvalho Pereira

O secretário-geral do Partido Socialista (PS) acusou, esta tarde, o Executivo de Luís Montenegro de “incompetência” na gestão da crise de energia desta segunda-feira. Para Pedro Nuno Santos, o “mais grave” foi o “apagão” do próprio governo. 

Numa declaração feita, esta tarde, na sede do PS, em Lisboa, o líder socialista falou numa “ausência de liderança” quando o país mais precisava e defendeu as opções de política energética tomadas por anteriores governos de António Costa e Pedro Passos Coelho.  

O secretário-geral do PS recordou que “o responsável máximo da proteção civil é o primeiro-ministro" e que, esta segunda-feira, durante horas, “não houve resposta”.  

“O governo falhou. Falhou na comunicação. No dever de informar e proteger os cidadãos em tempo útil”, declarou.

“Faltou voz de comando

Para o líder socialista, era imperativo que a Proteção Civil, sob indicação do Governo, tivesse usado a rádio de hora a hora para comunicar com os portugueses.  

“É nas dificuldades que se avalia a verdadeira liderança e ontem não a tivemos”, disse Pedro Nuno Santos, notando que Luís Montenegro falou “ao início da tarde”, mas que “não disse nada de relevante”  

“Estivemos bastante tempo com notícias falsas e alarmantes a circular sem que o governo viesse tranquilizar as populações”, apontou, acusando ainda um governante (Castro Almeida, ministro Adjunto e da Coesão) de até ajudar a validar essa desinformação e as ministras com a tutela da Proteção Civil e da Energia de terem desaparecido. 

A comparação com os executivos socialistas

Pedro Nuno Santos alega que as recentes experiências, a que se juntou o apagão desta segunda-feira, têm mostrado “a incompetência deste governo na gestão de crises” - indicando também as anteriores crises no INEM e dos incêndios de 2024.

“O Governo tem falhado. Não está à altura de enfrentar crises e situações imprevistas.” 

O líder socialista acusou o primeiro-ministro de fazer “propaganda”, em vez de dar resposta aos problemas. Apontou que, depois de meses com insuficiências nas urgências de obstetrícia - “sem uma palavra” do primeiro-ministro sobre o assunto, Montenegro “achou boa ideia fazer uma declaração à porta da Maternidade Alfredo da Costa”.  

“Falha sempre na resposta à crise, nunca falha na propaganda”, declara. 

O líder socialista disse ainda que as autarquias foram deixadas à sua sorte e comparou a gestão desta da crise com a que foi feita por anteriores governos socialistas, por exemplo, durante a crise de abastecimento de combustíveis e a crise da pandemia.  

E a central a carvão encerrada pelo PS? "Não teria evitado apagão"

Fazendo ainda a defesa da honra dos antigos governos socialistas, Pedro Nuno Santos fez questão de referir que o apagão que aconteceu “não teve absolutamente nada a ver com a capacidade de produção de energia do sistema nacional”.

O líder do PS afirmou que a manutenção das centrais a carvão em Portugal – que terminaram atividade por decisão de anterior executivo socialista - “não teria evitado o apagão”.

Igualmente, defendeu, manter a REN – que foi privatizada durante o governo de Passos Coelho - como empresa pública também não teria ajudado a situação.

“Se a REN fosse pública teríamos tido um apagão na mesma”, atirou.

Para o secretário-geral do PS, o que é necessário para evitar que algo idêntico volte a acontecer no futuro é modernizar a rede e a sua gestão. Pedro Nuno Santos considera que é preciso assegurar a correta gestão das redes de abastecimento, que haja mais redundância e resiliência, além de capacidade de reação.

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