País

Operações policiais: António Vitorino alerta para perigo de serem direcionadas para determinado grupo ou etnia

O presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo defende que as operações policiais são importantes numa sociedade democrática, mas alerta para os perigos de serem direcionadas para uma etnia ou grupo específico de pessoas. Sobre uma possível candidatura a Belém pelo Partido Socialista (PS), António Vitorino não descarta essa hipótese e acredita que algumas gerações ainda se devem recordar do seu contributo dentro e fora do país.

Mariana Jerónimo

O Barómetro da Imigração, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, divulgado esta semana, revelou que 68% inquiridos considera que a imigração é essencial para a vida económica do país. No entanto, 67% associa a imigração ao aumento da criminalidade em Portugal.

Em entrevista à SIC Notícias, o presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo defendeu que um maior controlo sobre a migração pode diminuir a tendência anti-imigração que se verifica em território nacional.

Sobre as operações levadas a cabo pela Polícia de Segurança Pública (PSP), na zona do Martim Moniz, António Vitorino acredita que estas são importantes, mas alerta para os perigos de serem direcionadas para uma etnia ou grupo específico de pessoas.

"A presença policial, a existência de operações policiais que têm como objetivo perseguir criminosos faz todo o sentido numa sociedade democrática. A tentativa de criar a ideia de que essas ações policiais visam um determinado grupo, isso eu acho verdadeiramente errado e é perigoso", frisa.

Durante esta tarde, como resultado destas operações, um homem foi detido por posse de arma ilegal e estupefacientes e quase 100 artigos de contração e 4600 euros foram apreendidos.

Candidatura a Belém?

António Vitorino tem sido apontado como um eventual candidato do Partido Socialista (PS) à Presidência da República. Em entrevista à SIC Notícias, o presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo não descartou essa hipótese.

"As gerações acima dos 30 anos ainda devem ter alguma memória do que eu fui fazendo não apenas fora do país, mas também aqui como deputado, como ministro, como secretário de Estado e isso alguma marca terá deixado".

"[Uma candidatura] ficará sempre dependente da minha vontade pessoal. Temos tempo e para o ano tratamos disso", acrescentou.

Últimas