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Zelensky em Portugal: as reações dos cabeças de lista às europeias

Esta terça-feira, segundo dia de campanha eleitoral, João Oliveira, cabeça de lista da CDU, assumiu que se os comunistas perderem votos com a sua posição relativamente à guerra na Ucrânia, será "um retrato sombrio dos tempos que estamos a viver".

OLIVIER MATTHYS

SIC Notícias

No arranque da campanha para as eleições europeias, agendadas para dia 9 de junho, a visita de Zelensky mereceu atenção por parte dos cabeças de lista. De João Oliveira a Sebastião Bugalho, os protagonistas do sufrágio que se aproxima reagiram à visita do líder ucraniano, marcada para esta terça-feira.

Esta terça-feira, segundo dia de campanha eleitoral, João Oliveira, cabeça de lista da CDU, confessou que espera que a visita de Zelensky ao território nacional "possa constituir uma oportunidade para que o Governo português possa clarificar a sua perspetiva de intervenção política e diplomática para que se encontre uma urgente solução que trave a guerra".

Sobre o envio de armamento para a Ucrânia, o candidato comunista atirou que "há quem esteja a falar com uma ligeireza e com um grau de irresponsabilidade absoluta":

"Falar em bombas, em mais armas sofisticadas e em mais capacidade de ataque é persistir na perda das vidas humanas".

Disse ainda que se a CDU perder votos com a sua posição relativamente à guerra na Ucrânia, "é um retrato sombrio dos tempos que estamos a viver".


"Derrota da Rússia" é o único cenário, disse Bugalho

Na segunda-feira, o primeiro dia de campanha eleitoral, os candidatos dos principais partidos já tinham reagido à notícia da visita do chefe de Estado da Ucrânia.

Sebastião Bugalho, cabeça de lista pela Aliança Democrática, garantiu que a única forma de a guerra terminar e de, consequentemente, a Europa se tornar "mais segura" é com a "derrota da Rússia".

"Portugal mantém o compromisso de apoio financeiro, militar, económico e humanitário à Ucrânia", disse.

Questionado se poderá ter tempo na agenda para se encontrar com o Presidente da Ucrânia, Sebastião Bugalho frisou que a visita terá uma dimensão de "relação institucional entre Estados com primeiro-ministro e Presidente da República".

Marta Temido: visita "mostra um caminho que é para continuar"

Marta Temido, cabeça de lista do PS, apontou que a União Europeia tem de se adaptar à "integração de um Estado-membro", referindo-se à entrada da Ucrânia na Aliança, e que, para isso, deve conduzir trabalhos e iniciativas nesse sentido.

"Esta visita do Presidente Zelensky, já há muito tempo aguardada, é também uma notícia que mostra um caminho que é para continuar a percorrer indubitavelmente e aqui esta parte da Península Ibérica gostaria de ter este contacto, e acho que isso é muito importante", declarou.

Cotrim Figueiredo quer encontrar-se com Zelensky

Já João Cotrim Figueiredo garantiu que estava "a fazer de tudo" para estar com o Presidente da Ucrânia durante a sua visita. Como Zelensky pertence a um partido "irmão" da Iniciativa Liberal, o cabeça de lista da IL manifestou, "em nome dos liberais europeus, solidariedade à luta da Ucrânia".

"É preciso saber fazer caminhos para a paz", apontou Catarina Martins

O Bloco de Esquerda, representado pela cabeça de lista às europeias, Catarina Martins, assumiu que tem sido "muito claro" quanto ao envio de armamento para a Ucrânia:

"É preciso saber fazer caminhos para a paz, defender o território, exigir a retirada das tropas russas para que possa haver paz no território europeu".

Acrescentou ainda que a União Europeia Europeia "devia ter uma autonomia estratégica e uma voz mais forte nessa matéria".


O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realiza hoje à tarde uma visita a Portugal, em que será recebido pelo chefe de Estado e pelo primeiro-ministro e assinará de um acordo de cooperação bilateral para dez anos.

Segundo uma nota divulgada na segunda-feira pela Presidência da República Portuguesa e pelo gabinete do primeiro-ministro, trata-se de uma "visita de trabalho" com o objetivo de "aprofundar as excelentes relações entre os dois estados, com enfoque particular no reforço da cooperação no domínio da segurança e defesa".

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