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Marcelo: comentar o que se passa na AR é "ultrapassar as fronteiras da separação de poderes"

O Presidente da República não se quis pronunciar sobre a nova direção-executiva do SNS nem sobre uma possível reforma do Parlamento anunciada por José Aguiar-Branco na sequência dos comentários xenófobos e racistas proferidos por alguns deputados.

Mariana Jerónimo

Marcelo Rebelo de Sousa viajou até Roma, na Itália para a inauguração de uma exposição sobre os 50 anos do 25 de Abril. Em declarações aos jornalistas foi confrontado sobre a nova direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a mais recente polémica em redor da Assembleia da República e o reconhecimento da Palestina como Estado por Portugal.

No dia em que António Gandra d’Almeida foi anunciado como novo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Presidente da República ressaltou que "não se pronuncia sobre as escolhas do Governo" mas que é necessário a apresentação do plano de urgência para a saúde referente aos próximos meses.

"É importante, neste domínio muito sensível que é a Saúde, que haja a preocupação de avançar com aquilo que é fundamental que é a gestão do Sistema Nacional de Saúde. Garantindo que a sua modernização e adaptação às circunstâncias possa corresponder às necessidades e anseios dos portugueses, uma vez que, o SNS é o pilar mais importante do Sistema de Saúde em Portugal".

Questionado sobre a medida sugerida pelo Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, em implementar um voto de repúdio contra os discursos de ódio na AR, o chefe de Estado voltou a não se pronunciar sobre o assunto.

Acrescentou ainda que comentar o que se passa na Assembleia da República é "ultrapassar as fronteiras da separação de poderes".

"Não me vou pronunciar. Tudo o que o Presidente da República dissesse era uma forma de opinar sobre o que a Assembleia tem como espaço próprio e que deve ser respeitado".

No ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, existir espaço para se discutir esta temática é, na visão do Presidente da República, o resultado da democracia.

"A democracia nunca está acabada nem esgotada. Uma democracia é tanto mais democrática quanto mais é capaz de se adaptar aquilo que muda".

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