País

Lucília Gago "fez bem em falar" porque o silêncio da PGR era "insustentável"

Bernardo Ferrão e Luís Garriapa analisam a intervenção de Lucília Gago, mais de 15 dias depois de ter sido divulgado o comunicado sobre a Operação Influencer.

Bernardo Ferrão

Luís Garriapa

SIC Notícias

A Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, quebrou o silêncio sobre o comunicado da Operação Influencer, que levou à demissão do primeiro-ministro, António Costa. Disse que foi chamada a Belém pelo Presidente da República e negou a intervenção de Marcelo na escrita do famoso parágrafo que refere Costa. Bernardo Ferrão, subdiretor da SIC Notícias, e Luís Garriapa, editor de sociedade, analisam a intervenção.

Bernardo Ferrão começa por evidenciar o esclarecimento dado por Lucília Gago sobre a ida ao Palácio de Belém.

“A Procuradora-Geral da República diz que foi chamada a Belém por solicitação do Presidente República, mas nada esclarece a polémica se foi ou não o primeiro-ministro que pediu ao Presidente para chamar a Procuradora-Geral da República. Essa é uma dúvida que fica por esclarecer.”

Sobre o parágrafo que faz referência a António Costa, Lucília Gago considerou irrisória a possibilidade de Marcelo ter tido alguma intervenção.

“Ela ri-se e diz ‘por amor de Deus’. Fica clarificado que não há nenhuma intervenção da parte da Presidente da República sobre esta ideia completamente absurda de o Presidente ter tido alguma intervenção naquele parágrafo”, afirma Bernardo.

Luís Garriapa considera que Lucília Gago “esteve bem em vir falar a público sobre esta investigação”, uma vez que o silêncio da Procuradoria-Geral da República “era insustentável”. Destaca ainda a insistência na “transparência”.

“A partir do momento que o processo se torna publico, toda a gente ia saber que havia referências ao primeiro-ministro e toda a gente se ia questionar porque é que não foi feito nada ou o que é que está a ser feito”, destaca.

O editor de sociedade destaca ainda que Lucília Gago desvaloriza as críticas à investigação feita pelo Ministério Público e que a Procuradora-Geral da República “não se sente abalada, nem sente que está em causa o seu lugar naquele cargo”.

Últimas