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Operação Tempestade Perfeita: Gomes Cravinho nega estar debilitado como ministro

Operação "Tempestade Perfeita" investiga a corrupção no setor da Defesa. As obras no Hospital Militar de Belém, em Lisboa, derraparam para 3,2 milhões de euros.

Pedro Freitas

João Gomes Cravinho voltou a falar sobre o processo "Tempestade Perfeita", que investiga a corrupção no setor da Defesa. O antigo ministro da Defesa, agora nos Negócios Estrangeiros, nega estar fragilizado politicamente com os casos que vão sendo tornados públicos.

Mandou na defesa nacional durante quatro anos, entre 2018 e 2022, período em que, segundo a investigação, terão sido praticados vários crimes de corrupção por altos quadros do mesmo Ministério.

Cravinho nega estar debilitado enquanto ministro.

Derrapagem nas obras do Hospital Militar

Em causa estão, sobretudo, as obras de remodelação do Hospital Militar de Belém, em Lisboa, orçamentadas em 760 mil euros e que acabaram por custar. 3 milhões e 200 mil euros.

Gomes Cravinho, agora nos negócios estrangeiros, terá sido informado dessa derrapagem de mais de 2 milhões de euros no início das obras pelo então secretário de Estado, Seguro Sanches, conforme um documento revelado esta semana pelo jornal Público.

No entanto, Cravinho terá ignorado esse aviso ao nomear 1 ano depois Alberto Coelho, o então responsável pela obra e principal arguido da Operação Tempestade Perfeita para presidir à Empordef, uma empresa do setor da Defesa.

Arrependido, já admitiu no parlamento que se soubesse o que sabe hoje não teria escolhido Alberto Coelho para liderar a empresa detida pelo Estado.

O então Diretor-Geral de Recursos é suspeito de corrupção passiva, branqueamento de capitais, peculato e falsificação de documentos.

A investigação aponta para adjudicações de obras à margem da lei. O processo tem 73 arguidos.

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