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"Como é que eu vou viver? Para debaixo da ponte?": portugueses asfixiados com o custo de vida

No próximo mês, a prestação mensal do empréstimo da casa pode aumentar até 184 euros por causa da nova subida das taxas de juro. Muitos portugueses estão preocupados com a constante subida do custo de vida em Portugal.

SIC Notícias

Com os gastos a subir em todas as despesas do dia a dia, é na alimentação que alguns portugueses tentam poupar. No mercado em Monte Abraão, em Sintra, os fregueses admitem já evitar comprar, por exemplo, frutas mais caras e até mesmo fazer compras nas grandes superfícies, onde os preços são mais altos.

Para a maioria dos portugueses, a habitação é a principal despesa, quer estejam a pagar a prestação de um crédito à habitação ou uma renda ao senhorio.

"Como é que eu vou viver? Para debaixo da ponte? Já há aí tanta gente a viver debaixo da ponte, e eu provavelmente faço o mesmo... medicamentos para pagar, casa, alimentação... o meu marido doente, eu doente, temos montes de medicamentos que tomamos todos os dias... Como é que vamos viver? Como é que os pobres vivem?", questionou uma portuguesa que fazia compras no mercado.

Se a situação já é difícil, em outubro vai piorar, com a nova subida das taxas de juro, de 25 pontos base, anunciada pelo Banco Central Europeu. A DECO Proteste já fez as contas aos aumentos que vão sentir as famílias que tiverem a prestação revista no próximo mês.

No caso de um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, com spread de 1% e Euribor a 6 meses, em outubro do ano passado, a prestação era de 600 euros. Com a última atualização em abril passou para os 739 euros e agora será de 823 euros. É uma subida de 84 euros em seis meses.

No mesmo caso, mas com euribor a 12 meses, em outubro de 2022 as famílias pagaram 651 euros. No próximo mês, vão pggar 835 euros, um aumento de quase 184 euros num ano.

O Banco Central Europeu (BCE) tem estado a aumentar as taxas de juro como estratégia para controlar a inflação e tentar que baixe para os 2%.

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