País

Nova sessão do julgamento do homicídio de Jéssica

Vão continuar a ser ouvidas testemunhas no Tribunal de Setúbal. O Ministério Público suspeita que a criança terá sido usada para transportar droga com o próprio corpo.

SIC Notícias

Está marcada para esta quinta-feira de manhã mais uma sessão do julgamento do homicídio de Jéssica Biscaia, a menina de três anos que morreu, vítima de maus-tratos, em Setúbal.

Vão continuar a ser ouvidas testemunhas no Tribunal de Setúbal. É o caso do ex-companheiro da mãe de Jéssica, Paulo Amâncio, de uma vizinha de Paulo, que lidava com o homem e com mãe de Jéssica, e ainda uma amiga da mãe da criança.

É a quarta sessão de jugalmento, que está prevista que dure o dia todo.

Jéssica esteve dias em sofrimento, tendo sido brutalmente agredida. Tinha o corpo repleto de hematomas e queimaduras. Acabou por morrer no hospital, com apenas três anos.

Na segunda-feira, o pai de Jéssica, Alexandrino Biscaia, disse em tribunal que, nas últimas vezes que viu a criança, esta aparentava estar triste.

O Ministério Público suspeita que a criança terá sido usada para transportar droga com o próprio corpo.

A mãe terá também deixado a menina em casa de uma família como garantia do pagamento de uma dívida de 250 euros por serviços de bruxaria.

Cinco arguidos

A acusação do Ministério Público imputa a Ana Cristina, conhecida por Tita, a Justo e Esmeralda, em coautoria, um crime de homicídio qualificado, um crime de rapto, dois crimes de rapto agravado e dois crimes de ofensa à integridade física qualificada.

A suposta vidente e a filha respondem ainda, em coautoria, por um crime de coação agravado.

Os quatro membros da família Montes estão ainda acusados de um crime de tráfico de estupefacientes agravado e um crime de violação agravado - pela forma como a droga foi introduzida no organismo de Jéssica.

Jéssica esteve cinco dias em casa desta família, antes de morrer na sequência de maus-tratos. Terá sido dada como garantia do pagamento de uma dívida de 250 euros por serviços de bruxaria, para melhorar o relacionamento da mãe com o companheiro. Estão também acusados de tráfico de estupefacientes.

Quando foi devolvida à mãe, a menina estava de tal forma maltratada, vítima de sucessivos espancamentos, que “apenas se alimentou de líquidos” durante uma semana.

Ainda assim, descreve o MP, e já em junho, Inês voltou a aceitar entregar a filha àquela família por novas dívidas de bruxaria. No dia 20 de junho, Tita ligou a Inês dizendo-lhe que lhe iria entregar a filha. Jéssica morreu nesse mesmo dia, já no Hospital de Setúbal.

Inês Tomás, mãe da menina, é acusada de um crime de ofensa à integridade física qualificada e um crime de homicídio qualificado, por omissão.

Tita, Esmeralda e Inês estão em prisão preventiva na cadeia de Tires. Justo também está na cadeia e o filho, Eduardo, ficou em liberdade com termo de identidade e residência e obrigação de se apresentar semanalmente às autoridades.

Últimas