Eduardo Montes, suspeito de ter usado Jéssica como correio de droga nega todos os crimes. Garantiu ao tribunal, na manhã desta terça-feira, que não viu a menina durante os cinco dias em que foi torturada.
Quando o juiz perguntou se o que estava na acusação era verdade, Eduardo Montes, filho da alegada ama, foi rápido a responder: garantiu que nada é verdade. O arguido é acusado de violação e de ter introduzido droga dentro do corpo de Jéssica para tráfico.
Além de ter negado todos os crimes, disse ao tribunal que na semana em que a criança foi brutalmente agredida, não estava em Portugal. Disse ainda que, quando regressou, nunca viu a Jéssica em casa dos pais – onde a menina permaneceu durante cinco dias.
Confirmou apenas que a viu uma única vez, cerca de dois meses antes da morte.
O pai de Eduardo, Justo Montes, também disse em tribunal que não viu, ouviu ou soube de nada da criança. Garantiu que nunca estava em casa e que não foi o responsável pelas agressões que levaram à morte da criança.
Confirmou, no entanto, que Jéssica estava aos cuidados da mulher, Ana Cristina Pinto, e que tinha sido entregue pela própria mãe, Inês Sanches.
O Ministério Público acredita que a menina de três anos foi deixada nesta casa como garantia de uma dividida. O pai de Jéssica culpa a mãe pela morte da filha e diz que não sabia o que estava a acontecer. Assume, por outro lado, que chegou a assistir aos maus tratos.
A mãe de Jéssica não quis falar em tribunal. Responde pelos crimes de homicídio qualificado e ofensas à integridade física por omissão. Os investigadores acreditam que deixou a filha em risco de vida, que teve a possibilidade de a salvar e que não o fez.
O ex-companheiro de Inês Sanches vai ser ouvido como testemunha. Mas diz, desde já, que não vai acrescentar muito.
Jéssica esteve dias em sofrimento, tendo sido brutalmente agredida. Tinha o corpo repleto de hematomas e queimaduras. Acabou por morrer no hospital com apenas três anos.