Há um ano, um adolescente atacou um grupo de crianças em Southport com uma faca e matou três, entre elas a portuguesa Alice Aguiar da Silva, de 9 anos. Dez pessoas ficaram feridas. A Sky News fala agora com uma das meninas esfaqueadas, que diz não conseguir esquecer o olhar do rapaz que a atacou.
"O dia esteve quente, soalheiro e todos se divertiam. Portanto, fui até lá com a minha irmã mais nova."
Nesse dia, há um ano, sabemos o que aconteceu a seguir.
"Algumas raparigas estavam sentadas em círculo a fazer pulseiras com as professoras. Depois, algumas levantaram-se para pegar em missangas. Eu estava em pé, entre duas mesas. Ele entrou pelas portas e esfaqueou uma menina à minha frente. Depois, veio atrás de mim e esfaqueou-se no braço. Eu virei-me e ele esfaqueou-me nas costas, embora eu não tenha sentido na altura. Fui para o corredor, onde havia um grupo de raparigas. Comecei a empurrá-las pelas escadas abaixo e disse-lhes para fugirem a correr."
Nesse dia, o atacante chamava-se Axel Rudakubana.
"O que mais me lembro dele são os olhos, que não pareciam humanos, era como se estivesse possuído. Não sei explicar de outra forma. Foi como um sonho. Como se estivéssemos nos bastidores de um filme a ver-nos a nós próprios a passar por isto e a tomar estas decisões."
Ela e algumas raparigas foram pedir ajuda a um vizinho.
"Pensei que ia morrer e disse ao Steve: 'Fui esfaqueada e acho que vou morrer'.
Três raparigas: Bebeb King, Elsie Dot Stancombe e Alice da Silva Aguiar não sobreviveram, algo que ela tem dificuldade em falar.
"Acho que não consigo exprimir o que sinto em relação a isso. Muita raiva e tristeza."
Agora, lançou uma campanha para que as crianças tenham formação obrigatória em primeiros socorros na escola. E também uma linha de vestuário, com a mensagem 'vai onde quiseres, sê o que quiseres'. No centro de tudo isto, uma mensagem forte sobre o aumento de crimes com armas brancas.
Uma das meninas esfaqueadas diz estar a "melhorar fisicamente todos os dias" e a "tentar sarar".
"Toda a gente que lá estava terá cicatrizes mentais para sempre."