Mundo

O que é quimioterapia preventiva? As explicações de uma especialista sobre o cancro de Kate Middleton

Alexandra Pupo, cirurgiã e especialista em patologias gástricas e do esófago, reconhece que o cancro gástrico - que se pensa ser a patologia de que Kate padece - "é sempre uma doença agressiva com uma sobrevida que nunca é grande".

SIC Notícias

Alexandra Pupo, cirurgiã e especialista em patologias gástricas e do esófago, explica que o facto de Kate Middleton estar a fazer quimioterapia não significa que não possa vir a ficar curada. Descreve ainda o procedimento padrão para este tipo de situações.

A cirurgiã esclarece que, "habitualmente, no cancro gástrico não se faz quimioterapia preventiva" e prossegue:

"O cancro gástrico é diagnosticado e é estadiado, ou seja, há vários estádios para o cancro gástrico".

Nota que o estadiamento faz-se "conforme a invasão da parede do estômago e também se há disseminação para os órgãos, quer linfáticos, quer à distância". Apurado o estádio do cancro, é escolhido o tratamento a adotar.

Segundo as diretrizes internacionais, os protocolos não recomendam uma quimioterapia preventiva ou profilática.

"Nalguns estádios pode-se começar o tratamento por uma cirurgia. Pode ser isso que seja a situação de Kate Middleton", afirma.

Informa que a quimioterapia adjuvante – realizada no pós-operatório e que não é preventiva – faz-se "em situações ou de substadiamento ou porque se encontra, por exemplo, alguns gânglios já com doença".

Quimioterapia é sinónimo de um estádio avançado da doença?

O facto de a princesa de Gales estar já a realizar quimioterapia significa que a doença está num estádio muito avançado? A cirurgiã esclarece que este tipo de tratamos fazem-se "em estádios que ainda se ainda se consideram curativos da doença".

"Normalmente, os esquemas mais escolhidos são: quimioterapia prévia à intervenção, intervenção e depois quimioterapia, mas pode haver esquemas em que a pessoa é operada e há uma quimioterapia posterior, como pode ser este o caso", elucida a especialista.

Diz que se Kate Middleton não fez quimioterapia prévia foi porque "poderia haver doença ganglionar ou um estádio superior ao que se pensava antes".

Alexandra Pupo lembra, no entanto, que o cancro gástrico "é sempre uma doença agressiva com uma sobrevida que nunca é grande".

"Mas podemos estar a falar de um estádio ainda de doença curativa apesar da quimioterapia", reforça.

Últimas