As declarações de Biden sobre a possibilidade de um acordo entre Israel e o Hamas já na próxima segunda-feira foram “extemporâneas” porque há ainda “detalhes por tratar e nestas circunstâncias, os detalhes não são coisas de somenos”, sublinha Ricardo Alexandre.
“Creio que foi extemporâneo. Joe Biden poderia ter refreado o seu ímpeto dizer que o acordo estava muito próximo, até porque o próprio Conselheiro Nacional de Segurança, Jake Sullivan, lhe dizia que ainda havia detalhes por tratar”.
O Qatar, o principal mediador, deu indicações de atrasos e alertou para a janela de oportunidade para salvar reféns que se está a fechar.
“Estamos longe [do acordo ser terminado] porque há detalhes por tratar e nestas circunstâncias, os detalhes não são coisas de somenos”.
Por exemplo, "Israel pretende que no primeiro grupo de reféns a ser libertado, cerca de 40, sejam incluídas as mulheres soldados; o Hamas percebe que os soldados israelitas que tem em cativeiro são uma excelente moeda de troca e, portanto, quer conservar em cativeiro os militares israelitas que tem seu poder para uma fase posterior de negociações", explica Ricardo Alexandre
Do lado palestiniano sabe-se que esta primeira fase do acordo prevê o regresso de um conjunto de pessoas ao norte da Faixa de Gaza, aos territórios de onde foram expulsos pela guerra. Israel está tentado a permitir apenas pessoas maiores de 50 anos e mulheres a regressar e os palestinianos querem algo mais.
“Macron arranjou um problema”
O Presidente francês Emmanuel Macron disse na segunda-feira que o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não deve "ser descartado" no futuro.
“Claramente Macron arranjou um problema. Creio que se precipitou bastante (…) colocou as coisas a um nível em que mesmo os parceiros quer da NATO, quer da União Europeia, tiveram dificuldade em aceitar".
"Nikki Haley vai atirar a toalha ao chão"
Nas eleições primárias norte-americanas, nomeadamente as republicanas, aumentam os receios dos aliados, porque a cada Estado se torna se mais evidente a vitória de Trump.
“Uma coisa é Trump como candidato à nomeação republicana, outra coisa é ganhar a eleição geral em novembro é e é, aliás, o principal argumento de Nikki Haley quando diz que há um Donald Trump perde contra Biden em novembro”.
No entanto, não é isso que as sondagens dizem nesta nesta altura: Trump aparece neste momento sempre à frente de Biden, os mínimos de Trump andam à volta dos 41%, os de Biden nos 39%. No máximo, Trump chega aos 51/52%, Biden fica pelos 49%.
“Nikki Haley vai ficar na corrida até terça-feira (…) começam a faltar os apoios financeiros (…) Acho que terça-feira vai atirar a toalha ao chão”.