Mundo

"Só Deus poderá ajudar": médicos pedem criação de cordão humanitário em Gaza

Os bombardeamentos continuam e cada vez mais crianças chegam com ferimentos graves aos hospitais. Nem os próprios médicos estão seguros. Sem casa, sem comida, sem água, os habitantes de Gaza estão perdidos.

SIC Notícias

Israel continua a bombardear Gaza e o número de vitimas não pára de aumentar. A Sky News, parceira da SIC, acompanhou o trabalho dos médicos, cada vez mais sobrecarregados e que apelam à criação de corredores humanitários.

Os israelitas dizem que farão o que for preciso para destruir os militantes do Hamas. Nas ruas de Gaza isso traduz-se no que os repórteres da Sky News ouvem.

Em conflitos anteriores, Israel atacou alvos individuais, mas desta vez arrasaram bairros inteiros e numa faixa de terra que é o lar de mais de dois milhões de civis, centenas de milhares ficaram desalojados.

Aqui, os residentes regressam durante uma pausa nos bombardeamentos, à procura de comida, de roupas, ou à procura do seu prédio.

"Só Deus poderá ajudar-nos" - diz uma mulher à Sky News.

Mãe de dois filhos, perdeu a casa da família e tudo o que lá tinha. Foi difícil assimilar o que aconteceu.

“Espero que Deus guie as suas almas e eles vejam o que destruíram”, diz a habitante de Gaza, "onde é que vamos viver, na rua? O meu marido está destroçado. Vamos viver na rua?".

Os moradores do bairro destruído dizem não ter para onde ir... e parece não haver lugares seguros em Gaza.

No Al Shifa, o hospital central do território, já foram tratados quase cinco mil feridos nos últimos quatro dias.

Uma menina de 10 anos foi atingida por estilhaços de uma explosão. O seu irmão está numa tenda montada no átrio do hospital. O Al Shifer ficou sem camas há vários dias.

A Sky News encontrou-se com Hassan Abu-Sittah, um cirurgião de Londres que trabalha no hospital como voluntário.

"A crueldade dos ataques, o número de feridos, chegam crianças com ferimentos por esmagamento devido ao desabamento de edifícios ou estilhaços ou escombros", conta o médico que reforça que "os bombardeamentos têm de parar e tem de ser criado um cordão humanitário. "

A Faixa de Gaza está cercada. Já não há combustível para alimentar a central elétrica, mas o Hamas continua a resistir. Uma vez mais, são os moradores que sofrem as consequências.

Últimas