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Conflito em Israel: o que são os kibbutz e porque foram atacados pelo Hamas?

Pelo menos 200 israelitas morreram em ataques do grupo rebelde Hamas a dois kibbutz, localizado perto da fronteira com Gaza. Estas comunidades têm uma ligação histórica à fundação do Estado de Israel.

Ohad Zwigenberg

SIC Notícias

Pelo menos 200 israelitas morreram nos kibbutz de Kfar Azza e de Be’eri em ataques perpetrados pelo grupo rebelde palestiniano Hamas. Em Be’eri, o número de mortos corresponde a 10% da população que ali vivia.

Mas o que são os kibbutz que se localizam a poucos quilómetros da fronteira de Gaza? E quais os ideias destas comunidades?

O que é um kibbutz?

Criados há mais de 100 anos, estas comunidades agrícolas fronteiriças foram essenciais na criação do Estado judaico. São comunidades de trabalho e administração coletivas que só existem em Israel.

Após o holocausto, na II Guerra Mundial, muitos judeus fugiram para a região onde atualmente é Israel, integrando kibbutz. Na década de 1930, quando começou a divisão do território entre árabes e judeus, os kibbutz estabeleceram-se em zonas mais afastadas das cidade, fazendo com que o terreno de Israel fosse maior.

Além disso, estas comunidades participaram na guerra árabe-israelita de 1948, o conflito que levou à criação oficial do Estado de Israel. Os kibbutz tinha também um papel importante na produção de armamento para o exército israelita.

Dados recentes apontam para a existência de cerca de 270 kibbutz. Alguns já privatizados, outros virados para o turismo. Nos kibbutz, vivem 125 mil israelitas. A produção agrícola dos kibbutz representa atualmente perto de 40% do setor no país.

Diferença para os colonatos

Estas comunidades são diferentes dos colonatos, também judeus, que começaram a ser instalados sobretudo depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967, em terras ocupadas por Israel.

Alguns são de natureza urbana, uma espécie de subúrbios habitacionais, outros são agrícolas.

A maioria dos países, e até as Nações Unidas, considera ilegal estes colonatos. Israel contesta, afirmando que há laços históricos e bíblicos em causa.

Esta forma de expansão, que nunca parou, é uma das questões mais controversas entre Israel, os palestinianos e a comunidade internacional. Atualmente, mais de 300 mil judeus vivem nos colonatos da Cisjordânia e mais de 200 mil habitam os de Jerusalém Oriental.

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