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Resgate possível: "Qualquer objeto que esteja a prender o Titan, o Victor pode auxiliar"

Pedro Ponte, engenheiro naval, explica a importância de um veículo como o ROV Victor para a identificação e eventual resgate do submarino que continua perdido no Atlântico.

SIC Notícias

O engenheiro naval Pedro Ponte explica de que forma é que o ROV Victor, embarcação que mergulha a seis mil metros de profundidade, pode ser fulcral para identificar e, até, resgatar o submarino Titan.

O robô francês chegou na manhã desta quinta-feira ao local das buscas pelo submarino que desapareceu no domingo, após ter mergulhado no Atlântico numa tentativa de observar os destroços do Titanic.

Para Pedro Ponte, engenheiro naval e membro da Assembleia da Ordem dos Engenheiros, as particularidades do equipamento é que vão fazer a diferença neste resgate.

“O ROV Victor é uma unidade altamente especializada que consegue atingir profundidades para além de três mil metros e ajudará muito em ter uma linha de vista sobre qualquer elemento que possa configurar o Titan, para além de ser dotado de conjunto de braços que podem ajudar no salvamento”, explica.

A unidade tem câmeras que podem transmitir as imagens em tempo real, braços robóticos e sensores.

Como confirma o engenheiro, "qualquer objeto que esteja a prender o Titan, o Victor pode auxiliar".

Para além disto, o engenheiro explica como é que ainda não existe tecnologia para este aparelho rapidamente e porque é que é normal a quatro mil metros de profundidade a comunicação falhar.

“Acidentes desta circunstância acontecem por muitos fatores e realmente se percecionarmos que, logo numa fase embrionária do mergulho, falhou a comunicação, desde logo devia ter despertado alarme e só aconteceu quatro horas depois do incidente e ampliou muito a área de busca”, explica Pedro Ponte.

Para além disso, “este tipo de embarcações é o único do mundo que consegue mergulhar a quatro mil metros com cinco pessoas a bordo” e é um cilindro de "fibra de carbono com espessura de 12.7 centímetros para aguentar a pressão e só existe uma única zona de entrada para o interior".

Apesar do incidente e aquilo que poderá aplicar na vida de cinco pessoas e seus familiares, o engenheiro reconhece que será importante recolher o Titan, destruído ou intacto para futuras investigações e aperfeiçoamento dos equipamentos.

“Desta situação irão decorrer aprendizagens muito importantes para os que necessitam de dimensionar este tipo de infraestruturas. Será sempre importante obter, seja destroço ou operação de salvamento”, refere Pedro Ponte.

No que diz respeito ao ser pilotado por um comando de videojogos, o engenheiro Pedro Ponte refere que “houve uma tentativa da Oceangate de construir uma unidade com equipamentos da prateleira, seja a bateria ou comando”. Mais. O que “admira” é a o comando estar ligado via wireless.

Deste conjunto de escolhas, podem ser tirar “muitas ilações” para o futuro.


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