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Durão Barroso recorda José Eduardo dos Santos como o "estadista" que ficará na História de Angola

Ex-primeiro-ministro português lembrou "com saudade" o antigo Presidente angolano.

Lusa

O ex-primeiro-ministro português Durão Barroso lembrou esta sexta-feira "com saudade" o antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, destacando "o patriota" e "o estadista" que ficará na História do seu país e de África.

"Recordo alguém de excecional inteligência, que foi capaz de garantir a unidade nacional angolana num contexto geopolítico extraordinariamente difícil, que ficará indelevelmente na História de Angola, de África e também das relações de Angola com Portugal", escreveu o ex-presidente da Comissão Europeia e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros português, numa declaração enviada à agência Lusa.

José Manuel Durão Barroso, que antes de chefiar o Governo foi mediador, em representação de Portugal, dos Acordos de Paz para Angola, lembrou "com saudade" José Eduardo dos Santos.

"Não posso deixar de lembrar com saudade o patriota angolano e o estadista, com quem tive a honra de trabalhar para a paz e a reconciliação nacional em Angola. Recordo sobretudo que este foi o processo que conduziu às primeiras eleições livres e democráticas em Angola, e como tal reconhecidas pelas Nações Unidas e pela comunidade internacional", sublinha no texto.

Durão Barroso assinala que "este momento fúnebre e triste não é o adequado para fazer um balanço completo da ação de José Eduardo dos Santos, e das muito complexas situações que Angola teve de enfrentar durante a sua presidência". No entanto, o ex-presidente da Comissão Europeia fez questão de "lembrar e reconhecer as palavras amigas" que Eduardo dos Santos "sempre teve em relação a Portugal e a importância que sinceramente dava às relações entre os dois países".

"À família, aos amigos mais próximos, às autoridades angolanas e a todos aqueles que na nação amiga angolana hoje lamentam o seu desaparecimento, apresento as minhas mais sentidas condolências", escreve ainda o antigo primeiro-ministro, que antes desempenhou os cargos de ministro dos Negócios Estrangeiros e de secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal.

José Eduardo dos Santos morreu aos 79 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento, anunciou esta sexta-feira a presidência angolana, que decretou cinco dias de luto nacional.

Sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, marcada por acusações de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.

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