Incêndios em Portugal

Depois da destruição: turismo na zona centro tenta reerguer-se nas áreas atingidas pelos incêndios

A falta de turistas na zona centro, depois dos incêndios de agosto, teve um pesado impacto económico. Mas há esperança de que muitos possam regressar já que a região tem muito para oferecer, apesar da destruição.

Ricardo Venâncio

Paulo Fajardo

Após 11 dias de incêndio, grande parte da Serra do açor ficou vestida de negro. Uma ferida aberta, que a natureza com o tempo, irá sarar. Mas até lá, serão dias de luta para quem aqui vive.

No Piódão, onde o incêndio começou em plena época alta de visitas, lentamente os turistas começaram a regressar. Mesmo sem o verde, espaços como a icónica igreja de nossa senhora da Conceição, fazem por cativar um fluxo de gente até aqui, fundamental para a economia da zona. 

E bem perto, em Chãs d'égua, há mais para ver e descobrir. Ainda que o caminho relembre a violência do fogo. Por toda a zona foram até ao momento identificadas cerca de três centenas de figuras gravadas na pedra.

Pelas muitas aldeias que pontuam as encostas, existe a memória de muitas dificuldades vividas ao longo de muitas eras. E partilha-se esse saber com os que querem encontrar as gentes e a cultura que germinou das mãos de quem nasceu nestes territórios.

Mas também há futuro por aqui. O fogo na Serra da Lousã, outro que atingiu a região, chegou à Aigra Nova. Mas conseguiu-se salvar a maternidade de árvores. Milhares de árvores autóctones saíram daqui nos últimos anos. Espécies como o carvalho-alvarinho, castanheiro ou o freixo são cuidadas da semente até ao regresso à floresta. 

Com apoios institucionais, mas também particulares. O plano agora é que a partir de outubro, se comece a vestir novamente de verde a serra da Lousã.

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