O presidente da Proteção Civil quer que seja alterada a organização dos comandos de combate a incêndios. O secretário de Estado da Proteção Civil promete a alteração, mas só depois da época de incêndios.
Foi uma das críticas que mais se ouviu durante os últimos incêndios: ter a comandar os fogos quem não é do distrito.
Numa entrevista ao Expresso, o presidente da Proteção Civil dá a entender que não faz sentido um país com 18 distritos ter 29 comandos de combate a incêndios divididos por regiões e sub-regiões, que considera curto o argumento de que isso ajuda a ter acesso a fundos comunitários.
José Manuel Moura participou, esta sexta-feira de manhã, com o secretário de Estado da Proteção Civil numa reunião com autarcas do interior. Ouviu o representante do Governo garantir que até ao final do ano a proposta de alteração vai ser feita.
"É um dos temas que após o dispositivo iremos trazer para cima da mesa, também com os contributos dos vários intervenientes para que até ao final do ano o Governo possa apresentar a sua ideia de alteração da lei orgânica", afirma Rui Rocha, secretário de Estado da Proteção Civil.
A primeira reunião aconteceu numa zona que é exemplo. Aguiar da Beira pertence ao distrito da Guarda, mas o comando é de Viseu. Além disso, ainda tem território que responde ao comando do Douro.
Na entrevista ao semanário, o presidente da Proteção Civil diz que Portugal devia ter uma força especial de bombeiros com cinco vezes mais efetivos. O secretário de Estado diz que esse assunto também vai ser discutido.
A Proteção Civil diz que não vai fugir a um processo de avaliação do que foi feito nos fogos deste ano, mas que esse ainda não é o momento. Diz que o tempo mais quente não ajudou para a dimensão dos fogos e que os incendiários e a falta de prevenção também não.