Incêndios em Portugal

Sapadores imigrantes em equipas que vigiam florestas para evitar fogos

Durante todo o ano, estão no terreno a cuidar de milhares de hectares de floresta. Dos 30 sapadores da associação Caule, dois terços têm nacionalidade estrangeira.

Ricardo Venâncio

Paulo Fajardo

Além dos bombeiros, muitos outros profissionais são importantes nas operações de combate aos incêndios. É o caso dos sapadores florestais, que estão no terreno todo o ano. Entre eles, há vários imigrantes.  

O pior parece ter passado, mas, para os sapadores da associação Caule, as tarefas não terminaram ainda. A hora é de vigilância, depois de 11 dias de trabalho árduo e quase sem descanso - no combate àquele que terá sido o maior incêndio de sempre em Portugal, sobretudo em Alvoco das Várzeas e S. Gião. 

Durante todo o ano, estão no terreno a cuidar de 6 mil hectares dos associados. São 30 sapadores, dois terços têm nacionalidade estrangeira. 

"Em todos os setores da sociedade portuguesa existem imigrantes. Nós também temos imigrantes, há muitos anos. Estão perfeitamente integrados, estamos contentes”, afirma Vasco Campos, presidente da Caule - Associação Florestal da Beira Serra. 

“Podemos, ao início, ter um pouco a dificuldade da língua, mas são coisas que se ultrapassam rapidamente”, nota Fernando Antunes, sapador florestal que trabalha com vários colegas imigrantes.  

“A grande maioria tem vontade de aprender, de fazer cada vez melhor, e isso é que é importante.” 

Passado o fogo, a perspetiva é de mudanças no território. O objetivo é aumentar a área plantada com espécies mais resilientes - como carvalho, sobreiro e medronheiro - e criar zonas de pastos com gado. 

Oito anos após os incêndios de 2017, o fogo destruiu novamente boa parte da floresta na zona de Oliveira do Hospital e Arganil, mas há esperança de que a paisagem possa mudar.

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