O investimento ficou aquém do que estava previsto. O Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR) tinha um orçamento de 3.235 milhões de euros para aplicação entre 2020 e 2024, mas 25% ficou por executar, com um quarto do previsto por fazer.
Foram investidos mais 2.427 milhões. Os números divulgados esta terça-feira mostram um reforço superior a sete mil pessoas em vários setores na área da prevenção: Corpo Nacional de Agentes Florestais (+1.000 elementos), Vigilantes da Natureza (+1.708), equipas e brigadas de sapadores florestais (+355), especialistas e equipas de gestão florestal (+180), gabinetes técnicos florestais (+2.492) e Força de Sapadores Bombeiros Florestais (+414).
O reforço é praticamente estável todos os anos, a partir de 2019. De 2017 para 2025, duplicaram as viaturas à disposição do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (334 para 710).
ICNF ganhou 1.000 agentes nos últimos anos
A despesa anual do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) aumentou 48%. O ICNF passou a ter mais de mil novos quadros (passaram de 1.977 para 3.041, um crescimento de 54%).
Nesses oito anos, triplicou a despesa anual da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para combate a incêndios, mais 186%. Passou de 36 milhões de euros em 2017 para 103 milhões em 2024. A despesa só recuou ligeiramente em 2023.
Mais 3 mil operacionais de combate em 8 anos
Os recursos humanos de combate ao fogo aumentaram de 5.234 para 8.277, mais três mil operacionais em oito anos, um acréscimo de 58%. E houve mais 730 viaturas para quase duas mil, um aumento de 62%.
Os Sapadores Florestais duplicaram o número de viaturas disponíveis e passaram a ter mais 712 elementos, um reforço de 50% entre 2017 e 2024. Os GIPS da GNR, equipas florestais de intervenção, proteção e socorro, tiveram um reforço de 622 elementos. São agora mais de três mil, com direito a 135 novas viaturas em oito anos.
Investimento em meios aéreos aumentou 123%
A despesa subiu 90% desde 2017. E há ainda os meios aéreos exclusivamente para combate às chamas: mais 24 em oito anos, um reforço de 50%, com um custo que passou de 35 para 78 milhões de euros por ano, um aumento de 123%.
Os números são impressionantes em meios humanos e materiais, mas o aumento da despesa em 2.427 milhões, depois dos graves incêndios de 2017, não foi suficiente para travar as chamas deste verão.