Guerra Rússia-Ucrânia

Agência de aviação russa diz que Prigozhin morreu na queda de jato

A Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia confirmou que o líder do grupo Wagner estava a bordo do jato que caiu perto de Moscovo. Os corpos já foram recuperados, mas terão agora de ser identificados através de testes de ADN.

Alexander Zemlianichenko

Carolina Botelho Pinto

A Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia confirmou que o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, seguia a bordo do avião que se despenhou esta quarta-feira perto de Moscovo e que nenhum dos ocupantes sobreviveu à queda.

O momento da queda

No Embraer Legacy que voava entre Moscovo e São Petersburgo iam 10 pessoas: sete passageiros e três tripulantes. Na lista de ocupantes oficial, divulgada pelas autoridades russas, constam os nomes de Yevgeny Prigozhin e também do seu braço direito, Dmitry Utkin.

De acordo com a agência Interfax, os corpos já foram recuperados. No entanto, “por estarem carbonizados”, será necessário realizar testes de ADN para confirmar as identidades.

No Telegram, rede social que se tornou fulcral na divulgação de notícias sobre a guerra, um grupo ligado aos mercenários do Wagner também avançou, ao início da noite, a informação da morte de Prigozhin e de Utkin.

Mas ao início da tarde, versões contraditórias davam conta de que Prigozhin poderia não estar a bordo deste jato privado, mas sim numa segunda aeronave do grupo Wagner que seguia uma rota semelhante.

O que provocou este acidente?

A Rússia já lançou uma investigação, mas, para já, desconhece-se o que terá provocado a queda do aparelho. Sabe-se apenas que testemunhas ouviram explosões momentos antes.

Na SIC Notícias, José Milhazes apontou a hipótese de o avião poder ter sido abatido pelo sistema de defesa antiaérea de Moscovo, num “erro humano” por “excesso de vigilância”. Recorde-se que a Rússia tem abatido drones ucranianos diariamente.

Ainda assim, o comentador SIC considera que a versão mais provável é a de que “Putin acabou por ajustar contas e não lhe perdoou a traição” - referindo-se à rebelião armada que Prigozhin liderou a 24 de junho.

Ajuste de contas pela rebelião armada?

Recorde-se que o líder dos mercenários Wagner, de 62 anos, lutou ao lado do exército regular russo na Ucrânia e protagonizou há dois meses uma rebelião militar fracassada contra o as chefias militares, na qual chegou a tomar uma das cidades mais importantes do sul da Rússia, Rostov-no-Don.

Após a mediação do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, Prigozhin concordou em retirar os seus mercenários e transferir a sua base para o território daquela antiga república soviética.

Depois de o acusar de traição, o Presidente russo recebeu-o no Kremlin. Seguiu-se o reinício das operações do Grupo Wagner em África.

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